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Contos das Estrelas

Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)

Contos das Estrelas

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Fogo de Vulcão e Fogo da Humanidade

por talesforlove, em 01.10.21

Recentemente, a erupção de um vulcão em Las Palmas, Ilhas Canárias, tornou evidente que existe poluição de origem natural e com impacto na saúde humana. Um artigo científico, sobre a atividade vulcânica nos Açores e seu impacto na saúde humana é o seguinte: "Sleeping volcanoes, awaking health issues: the hazardous effects of hydrothermal emissions on the human respiratory system" por Patrícia Garcia et al.. Infelizmente, este trabalho encontra-se apenas disponível em Inglês. Neste texto refere-se o impacto da poluição atmosférica através das vias respiratórias. Para evitar os efeitos nefastos, sugere-se, por exemplo, que quem vive em habitações térreas durma nos pisos superiores.
No conto seguinte, incluído na Antologia Natureza 2020-2021, refere-se um outro fogo, causado por ação humana. Também ele igualmente perigoso... Entretanto, fica a nota que ainda não foi possível iniciar a publicação de um conto em parcelas, periodicamente, tal como já referido anteriormente.

 

“Projecto Urano” por Alberto A.


Nos anos 1980-2000, a região do Corno da África foi “terra de ninguém”,
afundando sempre mais em uma sangrenta guerra civil. O tráfico ilegal
fundara por aí o paraíso internacional das descargas de lixo. Barcos,
carregados com lixo tóxico e radioactivo, viajavam da Europa em
direcção ao Oceano Índico. Recifes, caranguejos, lagostas, conchas do
mar, palmeirais e manguezais, o perfume de incenso e mirra, as memórias
épicas de comerciantes e viajantes... Todo aquele mundo ficou poluído,
submerso sob montes de lixo tóxico e radioactivo. Os marinheiros
pagavam as consequências, quando tomavam banho no mar.
Para resolver os problemas da poluição radioactiva na Europa, um
engenheiro realizou o “Projecto Urano”: torpedos, carregados com
escórias radioactivas, eram jogados no fundo do Oceano, ao longo das
praias da Somália.
No mês de Dezembro de 2004, um terremoto sacudiu a ilha de Sumatra.
Vagas gigantes, com até trinta metros de altura, atravessaram todo o
Oceano Índico. Houve quase trezentos mil mortos, mas as perdas ao longo
da costa africana não foram graves, pelo menos não em termos de vidas
humanas. A maré do maremoto arrasou e deslocou milhares de metros
cúbicos de areia, destruindo grandes extensões de recifes de coral,
trazendo à luz tambores, torpedos e recipientes de resíduos perigosos.
Muitos daqueles recipientes começaram a flutuar, abrindo-se e
derramando seu conteúdo nas praias.
Luminescências raras podiam ser vistas à noite, nos recifes, e a morte
de caranguejos e lagostas se espalhava como uma epidemia ao longo da
costa. Tapetes de peixe morto ficavam colados nas praias ao pé das
palmeiras. Centenas de animais no fundo do mar morreram de
contaminação. As populações costeiras relataram distúrbios raros:
anemia, inchaço, problemas respiratórios, insuficiência hepática.
Um pescador encontrou um pedaço de metal brilhante, preso no recife.
Ele tocou o cilindro e recebeu uma cruel sensação de queimação. O braço
enfraqueceu e a pele caiu, queimada, como se tivesse tocado uma
substância ácida. Então o cabelo começou a cair. Ele morreu lenta e
dolorosamente. Um fogo interior o devorou, nenhum médico, nenhuma cura
poderia salvá-lo. O que ele encontrara era lixo radioactivo, uma
pequena parte da imensa quantidade de lixo que os navios despejaram
na costa da região.
Mohamud era um menino de seis anos, brincava com seus amigos na praia.
À medida que a maré baixava, eles perseguiam os caranguejos. Com a
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maldade ingênua das crianças, os chutavam, como se estivessem jogando
bolas.
Um dia, Mohamud viu uma caixa escorrendo um líquido verde denso e
vagamente fluorescente. O garoto tocou e esfregou as mãos, como fazia
com sabão. Foi o maior erro de toda a sua jovem vida. Desde então, o
menino foi consumido por uma dor terrível. Não comia, não dormia e se
contorcia, não conseguia mais se segurar nas pernas. Todo o cabelo dele
caiu. Ficou rapidamente debilitado. Para o nosso amiguinho,
infelizmente, nada podia ser feito. Mohamud ainda não tinha sete anos.
Quem sabe que o sacrifício dele – e de outros como ele – não constitua
o preço por que aquela terra, com seu mar, retorne à paz e à beleza
do passado? Queria lembrá-lo como um pequeno símbolo, uma gota no oceano
de sofrimento que continua assombrando o Corno da África. Um sacrifício
que pode nos convencer a salvar os povos, os mares, as praias dos países
equatoriais, paraísos condenados, em um mundo sem paz nem
desenvolvimento.

 

Até breve.

 

Poesia e Natureza em Março

por talesforlove, em 01.03.20

Este mês a poesia e a natureza são o foco reforçado do blog, porque, por um lado temos duas referências de natureza, a Lisboa Capital Europeia Verde 2020 e alguns parques naturais menos conhecidos, e, por outro, temos a poesia "habitual". 

O Parque Grená existe no vulcão das Furnas e recentemente foi feita esta partilha no "Blog da Patrícia". A fotografia do caminho entre as árvores, com "fatias" de madeira a auxiliar o percurso de quem por ali quiser ir, é realmente de enorme beleza. O verde das folhas é-nos mostrado de uma forma em que apenas podemos ficar encantados. 

https://azoreangirl.blogs.sapo.pt/eu-vivo-no-paraiso-2-o-parque-no-9827

 

Igualmente, merece atenção o facto de Lisboa ser considerada a Capital Europeia Verde 2020. Não é tanto o prémio mas o facto de deste levar a que em Lisboa se plante um número elevado de árvores durante 2020. Ficam algumas páginas relevantes:

https://lisboagreencapital2020.com/en/

https://ec.europa.eu/portugal/news/opening-lisbon-european-green-capital-2020_pt

https://www.portugal2020.pt/content/lisboa-e-capital-verde-europeia-2020

 

A poesia de Karina A. que nos chega do Brasil, com toda a sua força e a recordar que há flores, há espinhos  e há sonhos e de todos "bebemos" encantamento poético. Como se do verde nada mais surgisse que não merecesse o nosso amor incondicional. Todavia, a natureza não se curva perante a espécie humana, ambas são um só, em que o respeito mútuo deve ser uma realidade.

 

Floradas na Serra

 

Já tive que pisar em

Muito espinho

Para trilhar este meu

Longo caminho

E mesmo com a dor eu

Fui seguindo

Sempre me fortalecendo e

Redimindo.

 

Já tive que colher

Muitos espinhos

De rosas espinhosas

Rubro vinho

Mas delas só me lembram

O perfume

Que venham a petalar

O meu Destino.

 

Na trilha sempre encontro

Com ranhuras

Vezes ou outra uma suave

Caminhada

Mas os espinhos estão lá

Para lembrarem

Que junto aos espinhos

Sempre há uma Florada.

 

Mais poesia por Karina A. em

www.karinaaldrighis.blogspot.com

 

Até breve.

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