Contos Vencedores - Natureza 2018-2019
É com grande alegria que partilhamos o resultado da Edição 2018-2019 do Concurso Literário Natureza:
Menções Honrosas:
Parabéns.
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É com grande alegria que partilhamos o resultado da Edição 2018-2019 do Concurso Literário Natureza:
Menções Honrosas:
Parabéns.
A realização do Festival Eurovisão da Canção em Portugal foi um evento muito animado. Desde o Terreiro do Paço até ao Parque das Nações existia uma agitação alegre que permitia sentir a música e ver o dia com novos olhos. A poesia da boa disposição, das esperas intermináveis nas filas, do turismo musical, das bandeiras múltiplas.
Valeu a pena conhecer a radio da Eurovisão...
Valeu a pena ver amigos da Austrália.
Há poesia até nos cangurus.
E embora a canção vencedora não seja aquela que, em termos poéticos ou da mensagem transmitida, seja a preferida deste blogue, ela tem um ritmo feliz que merece a pena conhecer. Parabéns a Israel!
Até breve e boas leituras.
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Obrigado.
Abril de 2018 recebe-nos de braços abertos. É tempo de partilhar o poema vencedor do Concurso Literário, e apresentar um olhar sobre a novela "O outro lado do paraíso" e ainda contribuir, um pouco, para ultrapassar o problema da vespa asiática.
O poema vencedor do Concurso Literário "Natureza 2017-2018"
As tempestades de areia
O deserto como um mar
(substrato: o sal universal: medula)
E o avolumar de suas ondas-dunas
E os vales lacunas entre outras dunas.
Oceano messiânico alastrando-se
invadindo
propagando
(propaganda)
Khamsin. Simum. Ghibli. Harmattan.
Legião tentacular endiabrada a esbravejar:
¡A-VAN-ÇAR. EIA!
¡ A-VAN-ÇAR. EIA!
¡ A-VAN-ÇAR. EIA!
Tal qual o degelo dos blocos de matéria-outra
De matéria-areia
Expandisse e dilatasse suas beiras
margens
Para muito além de seus próprios limiares
orlas
Um Midas não-aurífero, arenífero
Tudo ferindo num ferino açoite ensandecido
Até que o globo circunscrito a uma-una camada tênue
Totalitária tessitura de clausura rasa
Cedesse enfim à ambição da abolição de todas as fronteiras
E instituída a tirania da saciedade
Em que tudo é deserto e nada foge:
Cárcere sem grades. Cânceres sem grades. Metástase
Por Arzírio Cardoso - Brasil
Um breve olhar sobre a novela Brasileira "O outro lado do paraíso" (atualmente em exibição no Canal SIC em Portugal)
Tocante e comovente, estamos perante uma história a fazer-nos sonhar com o lado bom do Brasil.
Podemos olhar para a luta ou dilema, entre a possibilidade de exploração de esmeraldas na terra rural, longe da cidade, e a possibilidade de manutenção de tudo como está, nessa mesma região. Vislumbra-se um pedaço de luta pela conservação da natureza: será mais valiosa a paz e beleza daquelas terras ou a riqueza material que estas guardam? E, todavia, também as esmeraldas possuem uma beleza muito própria.
A poesia das paisagens e dos passeios pelos quais as personagens nos levam, será como uma mensagem subliminar: "Venham até aqui". O verde da floresta e matiz esverdeado e cinza dos rios, preenche-nos de curiosidade por um calor muito distante. Uma paz morna, por vezes, de "eterno" verão. Tudo isto nos é mostrado e dado a sentir, com o auxílio de imagens, algumas delas panorâmicas.
A apresentação da novela é um aperitivo para o que se segue. A letra da música contém uma mensagem ética que de certa forma funde a natureza da paisagem à nossa natureza interior; a humanidade. A natureza selvagem surge com uma dimensão divinizante de si própria e dos personagens que a têm como palco das suas vidas. A câmara de filmagem "corre" pelas paisagens, tal como os nossos olhos levados pelo exercício da imaginação ao longo desse "modelo" perfeito para uma verdadeira obra de arte.
Esta novela leva-nos a paisagens tão próximas do âmago do ser humano que a natureza nela retratada não se separa do sentir das personagens, incluindo o da personagem principal: Clara. Existe, sente-se, um "ser de arte", no sentido metafísico, tal como Diderot (1751-1772) a definiu na Encyclopédie ou Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers. Porquê? Porque, por vezes, a história nos leva a sentir no limiar do surpreendente, no limiar do que não esperamos. Afinal, como se pode esperar vivenciar tantos sentimentos através de uma história imaginária, transposta para o ecrã? Afinal, estávamos enganados, foi possível.
A tragédia da vespa asiática em Portugal (velutina nigrithorax)
Como o nome indica, a vespa asiática é originária da Ásia, em concreto, da Ilha de Java (Indonésia). Atualmente, tem ameaçado seriamente a vida das abelhas europeias produtoras de mel pelo que têm sido feitos alguns estudos com o objetivo de saber melhor como a controlar e eliminar. Em particular, o ciclo biológico das vespas é muito útil conhecer: com efeito, entre Setembro e Fevereiro, as obreiras morrem e as novas vespas fundadoras hibernam; entre, Abril e Maio, estas vespas fundadoras começam a construir ninhos primários, usualmente com forma esférica, com diâmetro de cerca de 50 mm; depois, entram as novas colónias em atividade total, sendo nesta fase que se tornam uma grande ameaça a outros insetos.
Como a combater?
Além de armadilhas compradas em casas de apicultura, existem ainda iscos artesanais feitos com: i) água de derreter cera de favos velhos, e o seu pólen, após fermentação, para não atrair abelhas; ii) mistura, em partes iguais, de groselha, cerveja preta e vinho branco.
Para a destruição dos ninhos devem-se contactar as Câmaras Municipais.
Esperamos que este seja um pequeno, mas eficaz, contributo para salvar a abelha doméstica.
Um obrigado Stephen Hawking pelo exemplo de perseverança e pelo bom humor.
Obrigado e até breve.
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Composição Musical por JV e Rui M.
Letra: "vejo pássaros em revoada" poeta Jardim
Poema 1º Lugar da Categoria Poesia "Natureza 2016":
vejo pássaros em revoada
buscando o azul de outra estação.
seus pequenos corpos voando em bando
revogam a sentença do tempo
e comunicam sua decisão
a quem como eu
está maravilhado
contemplando o imenso mar.
mais parecem flutuar
no fluxo de alguma corrente
real ou inexistente.
em sua busca convicta
há também uma sentença
que decreta a liberdade
e a crença no fluir da vida,
acima dos barcos, nesta manhã
no hemisfério sul.
diante do imenso mar
tenho a alma acorrentada
e uma imensa vontade de voar.
MINHA ILHA
Tu és a minha ilha celestial
para a qual eu nado
para me aportar
longe da maledicência de todo o mundo.
O mar é frio,
o dia é sombrio,
eu estou dormente –
os meus sentimentos tornam-se frígidos.
Todavia tu
tens o poder no meu coração.
Eu esforço-me até ti:
o dia de outono encurta
além das águas altas –
a vida esvanece-se,
e o salto do
brilho da venda dos olhos
desperta a minha antecipação.
E então a predisposição
que eu divinizo
nos teus gestos
perde a sua superioridade.
Quando chega o tempo
em que nós finalmente podemos falar
a ilha já desapareceu.
Entre tu e eu
o mar espraia-se sobrecarregado com céus sombrios;
apenas a topografia anónima
que nós ambos nos preocupámos em observar
é o que nos pode levar
para junto um do outro.
Nota: poema vencedor do concurso "Nature 2015", original em Inglês "MY ISLAND"