Poema de Eduardo Waack - "Vastidão" pela Natureza (Brasil)
Hoje partilhamos um poema que é uma luta pela defesa da natureza, em toda a sua dignidade.
VASTIDÃO
Outra noite se perdeu,
De mim um pouco mais.
As pessoas falam de tempos futuros.
Que tempos seriam aqueles
Em que não nos matamos?
Vejo o inverno passar,
Não sei se sou ou se fui.
Que outras vozes seriam aquelas
Que não nos gritariam por justiça?
Eu acredito na fé que remove montanhas,
Embora tema os espinhos
E as farpas sonoras que cravam
Em meu corpo.
Infernos cotidianos crises opressões
Há quanto tempo abrimos nossos olhos
Nossas mentes
Há quanto tempo ainda assim
Somos tapados ignorantes, eu me condeno,
Resta-me o ocre veneno
Das línguas afiadas, a dor de uma paixão
Que não conhecerá mais cura
O abismo de gentes
A me provocar desertos.
Vieste florir esquecida
Nos jardins de minha vida.
As pessoas amam e destroem a natureza.
Onde estás, minha amiga? De qual
Árvore arrancada cantas para mim?
Até breve.