Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
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Neste preciso momento, praticamente em simultâneo, verificamos seca em Angola (estará o deserto do Namibe a crescer?), fogos em Portugal (teremos nós percebido os reais impactos da alteração climática, ou será apenas o mal dos eucaliptos?), uma vaga de calor na restante Europa (iremos no futuro, nós em Portugal, de férias para o Reino Unido para ter dias de calor e um verão azul suficientemente longo?) e o calor em Nova York (será normal?). Esta é apenas uma observação, sem respostas, apenas perguntas e percebemos que muitas vezes a pergunta é ainda mais importante que uma resposta.
Este é mais um texto neste blog, para nos fazer pensar, nada mais. Estamos já de seguida a ler poesia, talvez a suavidade das palavras nos inspire.
Peixinhos, por KARINA ALDRIGHIS
Peixinho dourado,
Peixinho listrado,
Borbulha no aquário
Blu, blu, blu, blu…
Batendo no vidro,
De um lado ao outro,
Ele fica nervoso!
Blu, blu, blu, blu…
Nadadeiras em riste,
Cauda empinada,
Nado sincronizado.
Blu, blu, blu, blu…
Algas no aquário,
O baú do pirata
A ostra gigante.
Blu, blu, blu, blu…
Ele abre e fecha
Sua boca engraçada,
E borbulha hilário!
Blu, blu, blu, blu…
Com pedrinhas ao fundo
Multicoloridas
Ele sobe e desce.
Blu, blu, blu, blu…
Não cansa de viver
Em um mundo quadrado
De vidro transparente?
Blu, blu, blu, blu…
Até agora que eu saiba
Nenhum morreu afogado,
Que fato inusitado!
Blu, blu, blu, blu…
NOTA: Do livro “Ninho de Borbuletas” (2018), com tradução para Inglês por Leandro Monteiro
Amizade de Verdade, por Marcelo de Oliveira
Amizade de Verdade
Tempestade,
Luta, letargia
Aborrecimento todo dia
Quem diria...
Que a amizade sobrepõe a tudo
Tudinho...
Fortalece, quando de verdade
Nem sempre a gente sabe tudo
Nunca a gente sabe nada
Mas o que sempre sabemos
É que a amizade de verdade
Fica para sempre.
Nota: Instagram de Marcelo de Oliveira: marceloescritor
Dois discursos por Greta Thunberg (Suécia - em Inglês com legendas)
UN COP24 - Discurso de Greta Thunberg (com legendas)
Ainda, embora sem legendas (dublagem), fica este vídeo para podermos perceber a dimensão das manifestações inspiradas por Greta Thunberg. Sem dúvida, um movimento único e oportuno.
Hoje pensamos um pouco sobre moda e ambiente, depois lemos um poema por Rui M. e finalmente, homenageamos Avicii (Tim Bergling), o DJ Sueco que partiu prematuramente a 20 de Abril de 2018.
O ambiente e a moda:
O conceito de “armário capsula”, já conhecido por tantas pessoas pode ser algo muito amigo do ambiente. Trata-se de ter um número limitado de peças de roupa que combinam perfeitamente umas com as outras e, portanto, significa ter menos roupa e utilizar mais a que temos.
Assim, se a nossa procura por roupa diminui a produção de roupa, eventualmente, também diminuirá, idealmente na mesma proporção, o que significa um estímulo a uma menor utilização dos recursos naturais.
Não defendo que a nossa vida se torne um suplício, no que diz respeito a vestir algo que gostamos, não o fazendo porque queremos ser mais “verdes”.
Fica apenas um “lembrete” relativamente a esta ideia, que até podemos tentar aplicar em parte. Porque não?
“Rosa Azul” por Rui M.
I
Doce é o vento do teu céu,
Que cai suavemente sobre os vales profundos
E os verdes que neles habitam,
Recobrindo os seus monstros, que neles vivem,
Quando liberto a minha imaginação, pura,
Sem a alegria da novidade, porque,
Tudo em ti me aprisiona com a tua força,
Feita de encantamento, como numa história
Das mil e uma noites e de uma esplanada
Na noite de faculdade.
De sonho é esse vento que me abraça,
Que beija as tuas faces e as de todos,
Que vem e tudo preenche,
Tal como quando uma criança adormece,
Embalada com a correria da tarde e já
Não sente o corpo; e seja o prolongamento
Do ambiente que a envolve e lhe garante tudo:
O futuro e ela são, então, suportados pela natureza.
A mãe de todas as cores e também tua mãe,
Que és azul como nunca uma rosa foi.
II
Não fosse o ser humano parte da natureza,
e tu não serias natural…
Fosse o mar sempre verde esmeralda ou escuro,
e tu não serias da cor dos oceanos…
Fosse eu imensamente desatento,
e tu não me surpreenderias tanto…
Sou atento, já não me julgava capaz de sentir surpresa.
Não fosse este mundo às vezes tão injusto…
Não te seria eu tão grato, por existires.
Não há espinho em ti que não seja meu,
porque o sangue que foge dos meus dedos
é a liberdade de te acariciar tal como és,
quem ama, ama plenitude,
não há dor que suplante o amor.
Estou certo, não sei porquê,
que terias sempre de existir,
para que o universo fosse pleno
e o azul do cosmos que cintila,
nos anéis de gelo e pó de Saturno,
decidiu repousar, em ti,
Vénus século XXI, que o seduziste,
até um só serem.
Como o arco e a mão de criança,
que brinca, brinca, brinca.
Por Avicii.
Este vídeo, além de ser muito apelativo, mostra-nos muito verde e inspira-nos a seguir sempre em frente.