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Contos das Estrelas

Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)

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Mar em 2021

por talesforlove, em 16.04.22

Hoje partilha-se o poema que em 2021 ficou em 2o lugar no Concurso Natureza.

 

Lágrimas de Sereia por Regina G. (Portugal)

As sereias leves dos cabelos roxos,
róseos, azuis ou de brancura alvar,
dançavam, lascivas, nas águas do mar.
Lembravam medusas.
Inspiravam poetas.

Dos seus olhos vagos e ausentes
se, porventura, lágrimas corriam,
com as águas do mar se confundiam.
Sereias, quais musas,
inspiravam poetas.

Talvez seus olhos verdes, de videntes,
previssem desgraças que rondavam o mar-
“Mermaid tears”, que nunca iriam chorar.
Lágrimas rudes, obtusas,
que não inspiram poetas.

“Plasticus marítimus”, espécie invasora.
Quando incautos humanos a criaram,
provavelmente não imaginaram
sequelas escusas,
que não inspiram poetas.

 

Pérfidas, “falsas medusas” infestam o mar,
ostentando as cores mais diversas.
Tartarugas ingénuas, pelo mar dispersas,
ingerem-nas, confusas.
Choram os poetas.

Plâncton “Errante”, alimentas seres marinhos,
de protozoários “insignificantes”
a raias, golfinhos e baleias gigantes.
A nenhum te recusas.
Cantam-te os poetas.

Pródigo, a maior fonte de oxigénio do planeta,
tu, minúsculo plâncton, tão generoso,
infiltrado por um inimigo poderoso.
“Esférulas intrusas”!
Choram os poetas.

Em que mares nadarão hoje as sereias
que enlouqueciam os marinheiros com seu canto?
Em que mares lembrarão medusas,
com seus cabelos longos e olhares de quebranto?
Em que mares recordarão tempos de glória?
Quiçá em mares de lágrimas, do seu sentido pranto.

 

jardimEunice.png

 

Até breve.

2o Poema de Junho

por talesforlove, em 06.06.21

Aqui se partilha o Poema 2º Classificado do Concurso Literário. 

 

Lágrimas de sereia, por Regina Gouveia (Portugal)

 

 

As sereias leves dos cabelos roxos,

róseos, azuis ou de brancura alvar,

dançavam, lascivas, nas águas do mar.

Lembravam medusas.

Inspiravam poetas.

 

Dos seus olhos vagos e ausentes

se, porventura, lágrimas corriam,

com as águas do mar se confundiam.

Sereias, quais musas,

inspiravam poetas.

 

Talvez seus olhos verdes, de videntes,

previssem desgraças que rondavam o mar-

“Mermaid tears”, que nunca iriam chorar.

Lágrimas rudes, obtusas,

que não inspiram poetas.

 

“Plasticus marítimus”, espécie invasora.

Quando incautos humanos a criaram,

provavelmente não imaginaram

sequelas escusas,

que não inspiram poetas.

 

Pérfidas, “falsas medusas” infestam o mar,

ostentando as cores mais diversas.

Tartarugas ingénuas, pelo mar dispersas,

ingerem-nas, confusas.

Choram os poetas.

 

Plâncton “Errante”, alimentas seres marinhos,

de protozoários “insignificantes”

a raias, golfinhos e baleias gigantes.

A nenhum te recusas.

Cantam-te os poetas.

 

Pródigo, a maior fonte de oxigénio do planeta,

tu, minúsculo plâncton, tão generoso,

infiltrado por um inimigo poderoso.

“Esférulas intrusas”!

Choram os poetas.

 

Em que mares nadarão hoje as sereias

que enlouqueciam os marinheiros com seu canto?

Em que mares lembrarão medusas,

com seus cabelos longos e olhares de quebranto?

Em que mares recordarão tempos de glória?

Quiçá em mares de lágrimas, do seu sentido pranto.

 

Até breve.

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