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Contos das Estrelas

Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)

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Feira de Lisboa e um livro recomendado

por talesforlove, em 30.06.25

Boa tarde.

 

A Feira do Livro deste ano foi diferente do habitual.

O simples facto de ter sido marcada por duas ondas de calor e isso ter levado à corrida aos gelados, fez com que tivesse uma identidade distinta das outras edições.

Nunca como nesta edição reparei nas opções alimentação que existem na Feira do Livro de Lisboa. Isto pode ser o resultado de ter olhado, como sempre, para as opções disponíveis, mas também, e como já referi, para o submundo dos gelados, com uma enorme diversidade. Existem desde gelados com pau, gelados no copo, em cone de bolacha e com sabores comuns, exóticos e os mesmo totalmente inesperados ou desconhecidos.

A fila para os gelados em certos momentos parecia a própria fila de autógrafos em alguns livros! E o ar de espanto e ansiedade nas faces dos “leitores” era em todo igual, exceto na cor desidratada que ali se podia observar. A Feira dos Gelados de Lisboa 2025… podia ser o novo nome do evento, com uns intervalos de livros que poderiam ser comprados e lidos ali num banco de jardim. Se pensarmos nas cores de alguns gelados então será mesmo curioso imaginar a situação, ali no verde da relva ou em contraste com o banco e cinza-pálido da calçada portuguesa.

 

Num ano como este, claramente a ser marcado por ondas de calor, intervaladas com alguns dias até frios para a época, redescobrir o autor Júlio Dinis, nascido no Porto a 14 de Novembro de 1839, pode ser um inesperado acontecimento de vida de um leitor com dificuldades em aceitar estas variações do clima. Porquê? Porque este autor escreveu o conto “O canto da sereia”, incluído na coleção Essenciais da Literatura Portuguesa (Book Cover Editora, 2022). Nele as paisagens da praia, em particular as de Espinho e da costa do Furadouro, são descritas de uma forma tão límpida, que parece que estamos a ser levados para lá. E claro, invadem-nos os ventos frescos daquela costa, sobretudo na noite…

A história contém romance, aventura, mistério e até mesmo uma luta entre a ciência e a imaginação. Tudo envolto em descrições que vale a pena serem relidas, tal é o impacto que podem causar em nós. Assim, sem que se deixe de recomendar o livro a todas as pessoas, claro que para quem escolheu uns dias de férias à beira-mar, esta obra é quase um guia para vivenciar experiências únicas, a observar as ondas, no seu vai e vem, com a sua espuma de refresco com gás, e a olhar um céu ora azul-claro ora mais tingido de cor plúmbea…

Poderá ser uma surpresa total e absoluta, até porque o autor nomeia “a poesia da natureza, a que se revela em cores, em sons e em perfumes”.

A Feira do Livro do Porto 2025 será de 22 de Agosto a 7 de Setembro.

 

Aqui o Concurso Literário Natureza a decorrer:

https://contosdasestrelas.blogs.sapo.pt/concurso-literario-internacional-191291

 

Até breve.

Mar em 2021

por talesforlove, em 16.04.22

Hoje partilha-se o poema que em 2021 ficou em 2o lugar no Concurso Natureza.

 

Lágrimas de Sereia por Regina G. (Portugal)

As sereias leves dos cabelos roxos,
róseos, azuis ou de brancura alvar,
dançavam, lascivas, nas águas do mar.
Lembravam medusas.
Inspiravam poetas.

Dos seus olhos vagos e ausentes
se, porventura, lágrimas corriam,
com as águas do mar se confundiam.
Sereias, quais musas,
inspiravam poetas.

Talvez seus olhos verdes, de videntes,
previssem desgraças que rondavam o mar-
“Mermaid tears”, que nunca iriam chorar.
Lágrimas rudes, obtusas,
que não inspiram poetas.

“Plasticus marítimus”, espécie invasora.
Quando incautos humanos a criaram,
provavelmente não imaginaram
sequelas escusas,
que não inspiram poetas.

 

Pérfidas, “falsas medusas” infestam o mar,
ostentando as cores mais diversas.
Tartarugas ingénuas, pelo mar dispersas,
ingerem-nas, confusas.
Choram os poetas.

Plâncton “Errante”, alimentas seres marinhos,
de protozoários “insignificantes”
a raias, golfinhos e baleias gigantes.
A nenhum te recusas.
Cantam-te os poetas.

Pródigo, a maior fonte de oxigénio do planeta,
tu, minúsculo plâncton, tão generoso,
infiltrado por um inimigo poderoso.
“Esférulas intrusas”!
Choram os poetas.

Em que mares nadarão hoje as sereias
que enlouqueciam os marinheiros com seu canto?
Em que mares lembrarão medusas,
com seus cabelos longos e olhares de quebranto?
Em que mares recordarão tempos de glória?
Quiçá em mares de lágrimas, do seu sentido pranto.

 

jardimEunice.png

 

Até breve.

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