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Contos das Estrelas

Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)

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Resultados do Concurso Literário e Jardim Botânico

por talesforlove, em 08.07.23

Hoje partilham-se os 2os e 3os lugares do Concurso Literário.

Parabéns!

Obrigado a Teresa B., Karina I. e Lince Verde pelo trabalho cuidado na leitura e seleção dos trabalhos recebidos.

  

Fica também o convite para conhecer o Jardim Botânico de Coimbra.

Aqui a ligação que poderá ser copiada e utilizada:

https://www.uc.pt/jardimbotanico/

É um local muito interessante que vale a pena conhecer.

 

2º Lugar
Do mergulho, por Ana Pereira
Murmúrio da água, por Luisa Andrade
Rio, por ANogueira

3º Lugar
Miragem /Fata Morgana, por Alberto Arecchi (Itália)
Progresso, por Suzane Oliveira
Mar, por Luciane Almeida

Menções honrosas
Voa Passarinho, por Lenne Meblynne
Lágrimas, por Luciane Almeida
Amar(elo), por Brunno Andrade
Sinais da Natureza, por Neida Rocha
Água, por André Barros
Aurora, por Francisco Fernandes
Inspiração da Paixão, por Daiane Macedo
As conchas, por David Ehrlich

 

Nota: A Antologia irá incluir um conjunto adicional de trabalhos de outros autores que participaram no Concurso.

 

Aqui ficam os poemas no 2º Lugar:

Do mergulho, por Ana Pereira

"Na beira da estrada
Avisto imensidão azul
Ânsia demasiada
Lanço-me para as águas do sul

Um pé de cada vez
Toca teu solo sagrado
Envolvida em tuas mercês
Coração bate acelerado

Teu cálido beijo
Beija meus pés
Suave desejo
Mergulhar em tuas marés

Em pouco tempo
Submersa em teu mar
Para longe o tormento
Que sufocava o meu ar

Tuas águas, ó oceano
Abraçando-me sem fim
Nesse amor cigano
Curando o que doía em mim"

 

Murmúrio da água, por Luisa Andrade

Sou água que escorre,
devagar, bem suave,
do seio da terra.
Sou essência, sou paz,
respiro de vida
que vida lhes traz.

Sou chuva, sou rio,
gota delicada,
olho d’água no chão.
Sou tempestade, cicio,
geleira, enxurrada;
no mar, imensidão.

Sou alimento primeiro,
revigoro, mato a sede;
da natureza, esperança.
Sou o caminho certeiro,
essência pra todo vivente;
no amanhã, confiança.

Sou umidade necessária
à planta que rompe e cresce,
à árvore bela e frondosa,
que embeleza e oferece
ar puro, alimento, alegria,
como mãe tão cuidadosa.

Se acaso falta o cuidado,
se há desperdício desregrado
e o homem a árvore abate,
o ser vivente, coitado,
à escassez é fadado,
e a vida em lágrimas se verte.

Ouça então meu murmúrio,
meu grito, minha prece, meu clamor:
– Defenda a vida, sem demora!
Serei então suavidade, manso rio,
como canção de paz, de amor
na doce voz de Cesária Évora.

 

Rio, por ANogueira

Rio...
Água que nasce da pedra,
No seio da terra, no verde da mata,
Ou no clarão do vazio, como um fio.

Rio...
Água clara, sem cor, sem sabor,
Vai engrossando, ganhando volume,
Abre caminho, irriga o estio.

Rio...
Água que vence barreiras,
Que faz corredeiras e poço profundo,
Margeia a prainha, acalma o cio.

Rio...
Água que chega à cidade,
Debaixo de ponte, garante o pescado,
Margeia o progresso, suporta navio.

Rio...
Água que agora tem cor, tem sabor,
Gosto de lama, cheiro que agride,
Lançam-te esgoto, lixo, ficas sombrio.

Rio...
Água cinza, não nascestes assim,
Não há mais pescado, não se pode banhar,
Não desistes, continua teu rumo, bravio.

Rio...
Água que vence a metrópole, segue seu desafio.
Seu curso agora é triste, lento, fastio.
O mar o acolhe, está vencido o desafio. Com brio!

Rio!

 

Até breve.

 

um pouco da pessoa dentro de Pessoa

por talesforlove, em 23.04.23

No Dia Mundial do Livro um pouco da pessoa dentro de Pessoa.

Foi o amigo de Fernando Pessoa, Carlos Queiroz, quem, após a sua morte, se referiu pela primeira vez, na revista Presença, às cartas de amor de Pessoa a Ophélia Queiroz (a sua Ibis...). 

Há quem diga que este poema foi escrito a pensar nela:

Por trás daquela janela


Por trás daquela janela

Cuja cortina não muda

Coloco a visão daquela

Que a alma em si mesma estuda

No desejo que a revela.

Não tenho falta de amor.

Quem me queira não me falta.

Mas teria outro sabor

Se isso fosse interior

Àquela janela alta.

Porquê? Se eu soubesse, tinha

Tudo o que desejo ter.

Amei outrora a Rainha,

E há sempre na alma minha

Um trono por preencher.

Sempre que posso sonhar,

Sempre que não vejo, ponho

O trono nesse lugar;

Além da cortina é o lar,

Além da janela o sonho.

Assim, passando, entreteço

O artifício do caminho

E um pouco de mim me esqueço

Pois mais nada à vida peço

Do que ser o seu vizinho.

25-12-1930

Ao ler este poema, também nós, um pouco nos esquecemos do nosso ser...

flores amarelas pt.png

Fontes:

http://arquivopessoa.net/textos/148

"Cartas de Amor a Ophélia Queiroz", organização, posfácio e notas por David Mourão-Ferreira (Janeiro 2009), Editora Ática

Fica o convite à participação no Concurso Literário Natureza.

Até breve.

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