Um poema...
Imaginem-me Verde…
(Parte I)
Verde, como uma árvore de raízes enterradas,
Em água gelada no Verão, terra, húmus e pedras aladas,
Que os teus olhos jamais verão,
Porque esta estação é só minha:
Reflexo nos meus olhos, meu coração,
Na qual sou fixo, Vida que não caminha.
Imaginem as minhas folhas no céu,
O vento a tocá-las como a um instrumento musical,
A tocar, a tocar, a tocar… Por séculos
e séculos, e Verões, Outonos, Invernos
e Primaveras sem fim…
E deita-se no chão um corpo, e outro,
e sentam-se, e ambos são elevados pelo
som. Lhes dá paz; infinda.
Imaginem as minhas folhas no céu,
um instrumento musical, dedilhado pelo vento,
por séculos, a tocar, a tocar, a tocar,
Invernos, Verões, só estas duas estações,
e tempos sem fim…
E enlevados pela música são dois corpos:
um sentado, olha o céu, filtrado por mim,
o outro, de pé, olha em redor e para cima,
ambos em paz. Universo feito de paz…
Por Rui M. a 19 de Julho 2018