Luis Sepúlveda, “O Velho Que Lia Romances de Amor”, e a nossa Paz
Paz, é o que mais podemos desejar quando sonhar com um Verão pleno é aquilo que mais necessitamos para sermos mais… não sei se felizes, se alheados (e alheadas), ou simplesmente mais humanos. Sonhar com uns “simples” passos dados junto de um belo rio em Portugal, ou ali mesmo com as ondas do mar, a dissolverem-se em espuma a nossos pés.
Não sei. Apenas julgo saber, e sabemos, que a vida é a teimosia que nos leva mais além, desconhecendo onde poderemos chegar. E acontece que nada disto é mesmo relevante se novamente olharmos o horizonte com os nossos corações e pulmões cheios de paz e tranquilidade.
Lembro de um concerto a que assisti, faz anos, e no qual, como tantos outros, me deixava ir pela música, e por aquela companhia de pessoas desconhecidas, tão diferentes, mas, tão iguais entre si. Tudo isto me fez recordar outros tempos que irão regressar em pleno só que sem a vida de Luis Sepúlveda.
“O Velho Que Lia Romances de Amor” foi publicado em 1989. Já então era um “grito” de ecologia e humanismo. Só conheci este texto há relativamente pouco tempo e compreendi que ele deixa uma marca em todos aqueles que não conhecendo “em pessoa” a Floresta Amazónica ou a América do Sul, sentem um fascínio por aquele verde misterioso, dominante como o mar e tão vivo como os recifes de coral. E… aquelas pessoas que nela habitam, fazem parte daquelas tonalidades, como o sol faz parte dos céus. Por lá, habitam os valentes sem o saber, os rebeldes da natureza que se submetem a ela para serem a vida pura.
É verdade, que muitos de nós nunca vão ouvir a melodia dessas paragens e, no entanto, este livro contém um encantamento que sobrevive, como um bom perfume, muito tempo após a passagem de quem se perfumou.
Hoje, temos, à nossa frente, um caminho verde, acreditemos…
Até breve.