Resultados do Concurso Literário e Jardim Botânico
Hoje partilham-se os 2os e 3os lugares do Concurso Literário.
Parabéns!
Obrigado a Teresa B., Karina I. e Lince Verde pelo trabalho cuidado na leitura e seleção dos trabalhos recebidos.
Fica também o convite para conhecer o Jardim Botânico de Coimbra.
Aqui a ligação que poderá ser copiada e utilizada:
https://www.uc.pt/jardimbotanico/
É um local muito interessante que vale a pena conhecer.
2º Lugar
Do mergulho, por Ana Pereira
Murmúrio da água, por Luisa Andrade
Rio, por ANogueira
3º Lugar
Miragem /Fata Morgana, por Alberto Arecchi (Itália)
Progresso, por Suzane Oliveira
Mar, por Luciane Almeida
Menções honrosas
Voa Passarinho, por Lenne Meblynne
Lágrimas, por Luciane Almeida
Amar(elo), por Brunno Andrade
Sinais da Natureza, por Neida Rocha
Água, por André Barros
Aurora, por Francisco Fernandes
Inspiração da Paixão, por Daiane Macedo
As conchas, por David Ehrlich
Nota: A Antologia irá incluir um conjunto adicional de trabalhos de outros autores que participaram no Concurso.
Aqui ficam os poemas no 2º Lugar:
Do mergulho, por Ana Pereira
"Na beira da estrada
Avisto imensidão azul
Ânsia demasiada
Lanço-me para as águas do sul
Um pé de cada vez
Toca teu solo sagrado
Envolvida em tuas mercês
Coração bate acelerado
Teu cálido beijo
Beija meus pés
Suave desejo
Mergulhar em tuas marés
Em pouco tempo
Submersa em teu mar
Para longe o tormento
Que sufocava o meu ar
Tuas águas, ó oceano
Abraçando-me sem fim
Nesse amor cigano
Curando o que doía em mim"
Murmúrio da água, por Luisa Andrade
Sou água que escorre,
devagar, bem suave,
do seio da terra.
Sou essência, sou paz,
respiro de vida
que vida lhes traz.
Sou chuva, sou rio,
gota delicada,
olho d’água no chão.
Sou tempestade, cicio,
geleira, enxurrada;
no mar, imensidão.
Sou alimento primeiro,
revigoro, mato a sede;
da natureza, esperança.
Sou o caminho certeiro,
essência pra todo vivente;
no amanhã, confiança.
Sou umidade necessária
à planta que rompe e cresce,
à árvore bela e frondosa,
que embeleza e oferece
ar puro, alimento, alegria,
como mãe tão cuidadosa.
Se acaso falta o cuidado,
se há desperdício desregrado
e o homem a árvore abate,
o ser vivente, coitado,
à escassez é fadado,
e a vida em lágrimas se verte.
Ouça então meu murmúrio,
meu grito, minha prece, meu clamor:
– Defenda a vida, sem demora!
Serei então suavidade, manso rio,
como canção de paz, de amor
na doce voz de Cesária Évora.
Rio, por ANogueira
Rio...
Água que nasce da pedra,
No seio da terra, no verde da mata,
Ou no clarão do vazio, como um fio.
Rio...
Água clara, sem cor, sem sabor,
Vai engrossando, ganhando volume,
Abre caminho, irriga o estio.
Rio...
Água que vence barreiras,
Que faz corredeiras e poço profundo,
Margeia a prainha, acalma o cio.
Rio...
Água que chega à cidade,
Debaixo de ponte, garante o pescado,
Margeia o progresso, suporta navio.
Rio...
Água que agora tem cor, tem sabor,
Gosto de lama, cheiro que agride,
Lançam-te esgoto, lixo, ficas sombrio.
Rio...
Água cinza, não nascestes assim,
Não há mais pescado, não se pode banhar,
Não desistes, continua teu rumo, bravio.
Rio...
Água que vence a metrópole, segue seu desafio.
Seu curso agora é triste, lento, fastio.
O mar o acolhe, está vencido o desafio. Com brio!
Rio!
Até breve.