Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
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Foi uma feira bem-disposta, pese embora as limitações impostas pela pandemia. E em boa medida foi uma surpresa pela positiva pois tendo sido realizada em datas completamente diferentes das habituais, poderia pensar-se que também esse facto poderia influenciar a adesão das pessoas ao evento. Em boa verdade, alguns comentários foram positivos, pois evitou-se a chuva, quase uma tradição durante a feira. Existiram ainda alguns comentários saudosos, pois em Junho temos: "as Festas dos Santos Populares", "os casamentos de Santo António", "aquela música de fundo". Em resumo, no que diz respeito a saudades das datas anteriores, pode-se dizer que existe saudade de um contexto de festa popular e influenciado pelas memórias de um passado feliz da Feira do Livro. Todavia, seja como for, a nova data proporcionou uma Feira de sucesso num contexto difícil de gerir. Esta "nova" feira, pelo menos nesta data, merece alguma admiração pela positiva pois foi algo que pelo menos não prejudicou o formato anterior, foi uma excelente solução.
Um livro deve ser, eventualmente, um quase manifesto de vida e não apenas um objeto comercial; em parte, um apóstolo, "crente" e assumido de um passado de uma autora ou autor que, que por já não ser presente, deixou de ser um "real", como nos habituámos a pensar no nosso dia à dia.
Ou seja, por outras palavras, num tom mais leve, um livro deve ser não só algo que vamos mostrar aos outros e que, por esse motivo, desejamos que seja do seu agrado. Na minha opinião, e posso estar errado, um livro deve conter um pouco de nós e nessa medida "perpetuar" algo em que acreditamos, algo que nos faça sentido, também porque é o nosso (precioso) tempo que a ele dedicamos.
Há quem diga que a literatura é só para entreter mas, discordo. Não pode ser só isso.
Hoje um blog literário como este, deve apelar à reconversão da indústria do petróleo. Com o petróleo podem-se, eventualmente, criar medicamentos e outros produtos. Esta indústria pode fazer painéis solares e outros geradores de energia limpa. Ninguém quer a miséria das pessoas dessas indústrias. Nós só queremos a nossa saúde e do planeta em que vivemos.
Nas nossas vidas, por vezes, somos tentados a fazer um balanço de tarefas importantes que conseguimos implementar durante um longo período de tempo. Este é o sentimento que agora invade este blog: o sentimento de um tempo de balanço que se impõe. Tempo de olhar para o passado, enquadrá-lo no presente e aguardar para que o futuro, de novo presente, se imponha. São já alguns anos de literatura e ativismo ambiental e atualmente, com vários movimentos ambientais com grande impacto a ser notícia todos os meses (dias?!), parece que este trabalho deve ser repensado. Quem sabe para fazer mais e melhor ou simplesmente para continuar igual a si mesmo?!
Gostaria de pensar que vários(as) dos(as) visitantes deste blog um dia, apenas pelo sentimento suscitado pelo que aqui leram, foram capazes de ser mais amigos(as) da natureza e, quem sabe, plantar uma árvore, uma planta, uma esperança.
Ao longo destes anos este blog semeou alegria em muitos autores premiados nos concursos literários e criou esperança em tantos outros, ao mesmo tempo que patrocinava a plantação e o semear de árvores, plantas e arbustos, tudo de uma forma amiga do ambiente. Igualmente, surgiram muitos poemas e até livros inspirados pela veia naturalística deste blog e ainda relações de amizade e de profissionalismo, além de trabalhos de equipa e de sucesso, sempre a pensar no bem comum que é um ambiente preservado, amigo da humanidade. Um verdadeiro espaço de partilha de arte que por vezes, não teria outra forma de ser conhecida, ou mesmo não teria o estímulo para existir.
Sim é tempo de balanço e de descansar com um forte sentimento de dever cumprido.
Ficam as músicas inspiradoras, “4 Estações” de Vivaldi, em fundo ecológico e um fado por Jerónimo Caracol, que gentilmente nos cedeu uma música para aqui ser partilhada. Ambas têm um forte toque da natureza.
Antonio Vivaldi - The Four Seasons - Julia Fischer - Performance Edit (Full HD 1080p)
[“As quatro estações” de Vivaldi nos jardins de Gales]
Agosto começa com as suas promessas habituais de mês a meio caminho do final do ano: “como uma renovação sempre reafirmada na pausa das férias”. E muitos de nós olhamos com um pouco mais de atenção os dias que passam, como se o azul fosse mais azul. Fica hoje o convite para leituras que nos convidam a renovar o nosso olhar de leitor(a) e nos levam a crer em literatura renovada.
O livro “Requiem pelo planeta azul”, por Regina Gouveia, é um belo exemplo de obra literária inspirada pela natureza. Vale certamente muito a pena, conhecer este livro para o ler com o interesse de quem procura poesia naturalista e por vezes ativista da causa da conservação da natureza. Chegamos ao fim deste livro e lamentamos o seu final.
Cinzel
Entalhando o tempo, burilando o espaço,
um cinzel de artista
esculpiu este planeta azul de fundos oceanos.
Na memória, aprisionado,
o pó de um longínquo passado.
13.
Água, esquife de Ofélia,
fonte de vida para o lírio,
a bromélia, a rosa, a camélia,
para as flores no altar.
Água de sangues e linfas,
de sereias e ninfas,
dos homens cativa,
cada dia mais ténue o seu respirar.
O livro “Thoughts” (Pensamentos) de Mr. Ben (Chimezie lhecuna) é uma Antologia poética bastante introspetiva, que nos faz pensar sobre o mundo e sobre o que sentimos através dos olhos do autor, que nos colocam perspetivas diferentes das que alguma vez teríamos, pelo menos nas formas filosóficas de as conceber. Um bom exemplo é o seguinte poema:
Your Imagination is Your Reality
The beauty of the world is explained by its imagination
Hence, the reality behind its existence
The essence of humanity’s influence is predicated on the perceptive power of
Imagination
Hence, the reality behind its feats
The dynamic power of nature has its deep-rooted meaning in imagination
Hence, the reality behind its peculiar principles
The experiences you go through as a person have their foundations embedded
in your imaginations
Hence, the reality behind what shaped you as human.
Tradução, por Rui M.:
A Tua Imaginação é a tua Realidade
A beleza do mundo é explicada pela sua realidade
Portanto, a realidade que suporta a sua existência
A essência da influência da humanidade é explicada pelo poder percetivo da
Imaginação
Portanto, a realidade que suporta dos seus factos
O poder dinâmico da natureza tem o seu significado fortemente ancorado na imaginação
Portanto, a realidade suporta os seus princípios peculiares
As experiências que vives enquanto pessoa têm as suas fundações alicerçadas
nas tuas imaginações
Portanto, são a realidade do que te formatou enquanto ser humano.
Podemos encontrar algumas obras deste autor, em Inglês, em:
“Santa In Two Worlds” (“O Pai Natal em Duas Palavras” ou “O Papai Noel em Duas Palavras”)
Para terminar a nossa viagem poética deste início de Agosto de 2019, fica aqui um poema de Pedro Vale, cheio de e a transbordar de natureza marítima:
Açores
Nos campos de verde-chá Dorme a alva frescura habitada.
Sentir o azul cheiro no ar,
Sem gente
No lugar.
- Ah, o mar, o mar dos Açores!
Ouvir a espuma desse mar enxuto no olhar…
Esperamos que gostem dos poemas aqui publicados, caso tenham interesse por algum dos autores e falhe aqui algum link para alguma obra, basta contactarem-nos e iremos, se possível, facultar, com todo o gosto.
Neste preciso momento, praticamente em simultâneo, verificamos seca em Angola (estará o deserto do Namibe a crescer?), fogos em Portugal (teremos nós percebido os reais impactos da alteração climática, ou será apenas o mal dos eucaliptos?), uma vaga de calor na restante Europa (iremos no futuro, nós em Portugal, de férias para o Reino Unido para ter dias de calor e um verão azul suficientemente longo?) e o calor em Nova York (será normal?). Esta é apenas uma observação, sem respostas, apenas perguntas e percebemos que muitas vezes a pergunta é ainda mais importante que uma resposta.
Este é mais um texto neste blog, para nos fazer pensar, nada mais. Estamos já de seguida a ler poesia, talvez a suavidade das palavras nos inspire.
Peixinhos, por KARINA ALDRIGHIS
Peixinho dourado,
Peixinho listrado,
Borbulha no aquário
Blu, blu, blu, blu…
Batendo no vidro,
De um lado ao outro,
Ele fica nervoso!
Blu, blu, blu, blu…
Nadadeiras em riste,
Cauda empinada,
Nado sincronizado.
Blu, blu, blu, blu…
Algas no aquário,
O baú do pirata
A ostra gigante.
Blu, blu, blu, blu…
Ele abre e fecha
Sua boca engraçada,
E borbulha hilário!
Blu, blu, blu, blu…
Com pedrinhas ao fundo
Multicoloridas
Ele sobe e desce.
Blu, blu, blu, blu…
Não cansa de viver
Em um mundo quadrado
De vidro transparente?
Blu, blu, blu, blu…
Até agora que eu saiba
Nenhum morreu afogado,
Que fato inusitado!
Blu, blu, blu, blu…
NOTA: Do livro “Ninho de Borbuletas” (2018), com tradução para Inglês por Leandro Monteiro
Amizade de Verdade, por Marcelo de Oliveira
Amizade de Verdade
Tempestade,
Luta, letargia
Aborrecimento todo dia
Quem diria...
Que a amizade sobrepõe a tudo
Tudinho...
Fortalece, quando de verdade
Nem sempre a gente sabe tudo
Nunca a gente sabe nada
Mas o que sempre sabemos
É que a amizade de verdade
Fica para sempre.
Nota: Instagram de Marcelo de Oliveira: marceloescritor
Dois discursos por Greta Thunberg (Suécia - em Inglês com legendas)
UN COP24 - Discurso de Greta Thunberg (com legendas)
Ainda, embora sem legendas (dublagem), fica este vídeo para podermos perceber a dimensão das manifestações inspiradas por Greta Thunberg. Sem dúvida, um movimento único e oportuno.
Ó meu rico Santo António dá-me a tua mão e ajuda o Ronaldo a marcar mais um golo pela Seleção! E já agora que marque também o nosso Guedes, pois eu sei que ele marca sempre que lhe pedes!
Baseado no romance "Romeu e Julieta" de William Shakespear e porque também estamos em plena Feira do Livro de Lisboa.
André Rieu - Love theme from Romeo and Juliet
Uma nova foto da Feira do Livro:
Este ano a preservação do ambiente está, finalmente, no centro da Feira, tal como a adopção de sacos de papel o demonstra. Faz-nos lembrar que as árvores são necessárias para o habitat de tantas espécies selvagens, dir-se-ia que de todas, tal como é o exemplo do Lobo, que na A24, em Portugal, foi alvo de um cuidado adicional ao adicionarem-se vedações em ambos os lados da via, com passagens que só abrem no sentido em que os animais ficam seguros.
Sem dúvida, um longo caminho, mas gratificante, o da preservação da natureza.