Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
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A poesia, podemos dizer, tem algo a ver com a alimentação, na medida em que, em boa medida, é também um ato de saborear. Como curiosidade podemos ler o seguinte poema de Fernando Pessoa, em que “a alimentação surge como algo bebível”.
O livro “Desperdício alimentar” (Setembro 2018), por Iva Pires, fala-nos do lixo que criamos ao desperdiçar alimentação, muita dela em bom estado mas que perdemos por fazermos as más opções ou simplesmente por descuido. Muito curioso é referir a escassez e o aumento de preços que surge normalmente em épocas de crise ou convulsão, como a 2ª Guerra Mundial ou a recente Crise Financeira Internacional, ambas a fazer recordar, em parte, a situação que vivemos nos nossos dias com o Covid-19. Até ao momento não podemos dizer que já se tenha verificado um aumento generalizado de preços, eventualmente porque a pandemia ainda é recente ou porque o contexto é muito diferente.
Acresce que no livro ficamos a conhecer uma certa perspetiva das fontes ou causas desta realidade e verificamos que em 2010, 53,6 % deste desperdício, estava diretamente relacionado com as famílias… Ou seja, existe aqui algo em que todos nós podemos contribuir enquanto pessoas autónomas e livres. Podemos, quem sabe, imaginar de novo a nossa forma de cozinhar, por exemplo, e porque não, fritar umas cascas de batata bem lavadas? E quem sabe temperá-las com uma pitada de sal e pimenta? Imaginar de novo a nossa cozinha não tem de ser algo enfadonho, pode mesmo ser divertido! Outra sugestão será fazer iogurtes de sabores, com pedaços, se quisermos, e depois utilizá-los para misturar com chantili e rechear um bolo delicioso!
Não há dúvida que a alimentação é central nas nossas vidas, que nos permite viver biologicamente, e chega mesmo ao ponto de ser responsável por doenças se em excesso (obesidade) ou em defeito (avitaminoses). Todavia, mesmo antes de uma fruta ser comestível, podemos dizer que já nos alimenta, quando contemplamos um campo florido ou respiramos o oxigénio que as árvores frutíferas produzem. Em próxima publicação vamos olhar com algum detalhe para o ato de plantar uma árvore.
Ficam ainda dois poemas “saborosos” e uma imagem inspiradora.
Este mês a poesia e a natureza são o foco reforçado do blog, porque, por um lado temos duas referências de natureza, a Lisboa Capital Europeia Verde 2020 e alguns parques naturais menos conhecidos, e, por outro, temos a poesia "habitual".
O Parque Grená existe no vulcão das Furnas e recentemente foi feita esta partilha no "Blog da Patrícia". A fotografia do caminho entre as árvores, com "fatias" de madeira a auxiliar o percurso de quem por ali quiser ir, é realmente de enorme beleza. O verde das folhas é-nos mostrado de uma forma em que apenas podemos ficar encantados.
Igualmente, merece atenção o facto de Lisboa ser considerada a Capital Europeia Verde 2020. Não é tanto o prémio mas o facto de deste levar a que em Lisboa se plante um número elevado de árvores durante 2020. Ficam algumas páginas relevantes:
A poesia de Karina A. que nos chega do Brasil, com toda a sua força e a recordar que há flores, há espinhos e há sonhos e de todos "bebemos" encantamento poético. Como se do verde nada mais surgisse que não merecesse o nosso amor incondicional. Todavia, a natureza não se curva perante a espécie humana, ambas são um só, em que o respeito mútuo deve ser uma realidade.
Se assusta ao ver o velho pelas ruas tão disforme!
Ele é você em outro tempo!
Já foi belo nu em pleno dia!
Hoje você se assusta até com o vento
Que muda seus cabelos de lugar
Que pensar, então, sobre o tempo
Que está aqui na esquina a lhe esperar?
Cuide, sim, do importante,
Pensamentos, gestos, sentimentos,
Eles são invulneráveis, o vento não poderá levar!
Soneto 138 de William Shakespeare, tradução por Ana Luísa Amaral
Sempre que minha amada me jura ser sincera, Eu acredito nela, mesmo sendo mentira; Deixá-la imaginar-me um jovem inocente, Pouco entendido em falsas subtilezas do mundo. Pensando, pois, em vão, que ela jovem me julga, Embora bem sabendo que tive melhores dias, Na sua língua falsa eu finjo acreditar, E assim, de ambos os lados, a verdade é escondida. Mas porque não diz ela que não é sincera? Porque não digo eu a minha vera idade? O hábito do amor é parecer confiar, E o amor na idade gosta de a não contar. Com ela me deleito, mentindo, e ela comigo, E, a mentir nossas faltas, em deleite existimos.
Nas nossas vidas, por vezes, somos tentados a fazer um balanço de tarefas importantes que conseguimos implementar durante um longo período de tempo. Este é o sentimento que agora invade este blog: o sentimento de um tempo de balanço que se impõe. Tempo de olhar para o passado, enquadrá-lo no presente e aguardar para que o futuro, de novo presente, se imponha. São já alguns anos de literatura e ativismo ambiental e atualmente, com vários movimentos ambientais com grande impacto a ser notícia todos os meses (dias?!), parece que este trabalho deve ser repensado. Quem sabe para fazer mais e melhor ou simplesmente para continuar igual a si mesmo?!
Gostaria de pensar que vários(as) dos(as) visitantes deste blog um dia, apenas pelo sentimento suscitado pelo que aqui leram, foram capazes de ser mais amigos(as) da natureza e, quem sabe, plantar uma árvore, uma planta, uma esperança.
Ao longo destes anos este blog semeou alegria em muitos autores premiados nos concursos literários e criou esperança em tantos outros, ao mesmo tempo que patrocinava a plantação e o semear de árvores, plantas e arbustos, tudo de uma forma amiga do ambiente. Igualmente, surgiram muitos poemas e até livros inspirados pela veia naturalística deste blog e ainda relações de amizade e de profissionalismo, além de trabalhos de equipa e de sucesso, sempre a pensar no bem comum que é um ambiente preservado, amigo da humanidade. Um verdadeiro espaço de partilha de arte que por vezes, não teria outra forma de ser conhecida, ou mesmo não teria o estímulo para existir.
Sim é tempo de balanço e de descansar com um forte sentimento de dever cumprido.
Ficam as músicas inspiradoras, “4 Estações” de Vivaldi, em fundo ecológico e um fado por Jerónimo Caracol, que gentilmente nos cedeu uma música para aqui ser partilhada. Ambas têm um forte toque da natureza.
Antonio Vivaldi - The Four Seasons - Julia Fischer - Performance Edit (Full HD 1080p)
[“As quatro estações” de Vivaldi nos jardins de Gales]
Neste preciso momento, praticamente em simultâneo, verificamos seca em Angola (estará o deserto do Namibe a crescer?), fogos em Portugal (teremos nós percebido os reais impactos da alteração climática, ou será apenas o mal dos eucaliptos?), uma vaga de calor na restante Europa (iremos no futuro, nós em Portugal, de férias para o Reino Unido para ter dias de calor e um verão azul suficientemente longo?) e o calor em Nova York (será normal?). Esta é apenas uma observação, sem respostas, apenas perguntas e percebemos que muitas vezes a pergunta é ainda mais importante que uma resposta.
Este é mais um texto neste blog, para nos fazer pensar, nada mais. Estamos já de seguida a ler poesia, talvez a suavidade das palavras nos inspire.
Peixinhos, por KARINA ALDRIGHIS
Peixinho dourado,
Peixinho listrado,
Borbulha no aquário
Blu, blu, blu, blu…
Batendo no vidro,
De um lado ao outro,
Ele fica nervoso!
Blu, blu, blu, blu…
Nadadeiras em riste,
Cauda empinada,
Nado sincronizado.
Blu, blu, blu, blu…
Algas no aquário,
O baú do pirata
A ostra gigante.
Blu, blu, blu, blu…
Ele abre e fecha
Sua boca engraçada,
E borbulha hilário!
Blu, blu, blu, blu…
Com pedrinhas ao fundo
Multicoloridas
Ele sobe e desce.
Blu, blu, blu, blu…
Não cansa de viver
Em um mundo quadrado
De vidro transparente?
Blu, blu, blu, blu…
Até agora que eu saiba
Nenhum morreu afogado,
Que fato inusitado!
Blu, blu, blu, blu…
NOTA: Do livro “Ninho de Borbuletas” (2018), com tradução para Inglês por Leandro Monteiro
Amizade de Verdade, por Marcelo de Oliveira
Amizade de Verdade
Tempestade,
Luta, letargia
Aborrecimento todo dia
Quem diria...
Que a amizade sobrepõe a tudo
Tudinho...
Fortalece, quando de verdade
Nem sempre a gente sabe tudo
Nunca a gente sabe nada
Mas o que sempre sabemos
É que a amizade de verdade
Fica para sempre.
Nota: Instagram de Marcelo de Oliveira: marceloescritor
Dois discursos por Greta Thunberg (Suécia - em Inglês com legendas)
UN COP24 - Discurso de Greta Thunberg (com legendas)
Ainda, embora sem legendas (dublagem), fica este vídeo para podermos perceber a dimensão das manifestações inspiradas por Greta Thunberg. Sem dúvida, um movimento único e oportuno.
Agora que nos preparamos para iniciar a produção da Antologia "Natureza 2018-2019" é mais que tempo para agradecer a todos os elementos do júri, sem os quais este projeto não seria o sucesso que é.
Obrigado Edweine Loureiro, pelo empenho mesmo durante os tempos especiais. Obrigado KarinaIssa pelo entusiasmo insuperável. Obrigado a quem de forma anónima deu o seu trabalho, e conhecimento astronómico, em nome do Observatório Astronómico de Lisboa. E obrigado a quem, também de forma anónima, deu o seu contributo, em nome da Universidade de Lisboa.