Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
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Junho começa com o Dia da Criança. Símbolo também da esperança, futuro, sonho e presente.
Em Portugal, neste Junho, pela primeira vez, recorda-se o um ano após as mortes nos fogos florestais de 2017; sobretudo a tragédia de Pedrógão. Todos nós sabemos o que isso significa e significou; não é necessário, portanto, esclarecer o que esclarecido está. Queremos um novo horizonte mas, ainda neste mês de Maio esse evento, muito atual, se fez de novo nos seus tons próprios. Faleceu uma pessoa anónima, de seu nome João, a cortar erva/mato quando caiu de uma barreira com cerca de 2 metros de altura. Fim breve e com a simplicidade que fora a sua vida. Convém homenagear o anónimo, pois quem o faz?! O herói simples do dia comum que ninguém menciona por não se julgar merecer o gasto de tempo na escrita de um breve texto. Aquele que mesmo que fosse esquecido, ninguém repararia nesse facto e para quem ninguém tem necessidade de fazer a derradeira vénia publica. A homenagem aos mais notáveis faria quase um sentimento de dignidade a quem a faria mas, neste caso, esse sentimento é-nos mais pessoal, um exemplo, vindo de uma parte do mundo mais remota.
Entretanto, voltando a página, redescobrimos ou recordamos a combinação ardente de 2017: fogos florestais e a Feira do Livro de Lisboa. Em 2018, a pena mecânica criou mais um exército de livros comercialmente dispostos e apresentados (quase sempre), no Parque Eduardo VII. O tempo mais fresco brindou o país com a sua presença “salpicada”, um ou outro dia, com subtil chuva, pelo menos até ao dia de hoje. Mas será Junho assim tão morno?
À parte de perguntas como esta, “difusas”, dizem as “más línguas” que uma imagem pode erradicar a necessidade de 1000 palavras; motivo pelo qual vos oferecemos estas fotos:
Queremos acreditar que este ano a Feira terá ainda mais visitantes; nota-se uma enchente de famílias, de leitores, de turistas, de simples “olharapos”, que parece antever tal hipótese. Sem esquecer a nostalgia de feiras passadas… Afinal, onde está o telescópio que nos permite ver, lá longe, a lua cheia, redonda e perfeita como gostaríamos que fossem as nossas vidas?! As poesias impõem-se pois novamente.
Por Joan B. (EUA – Califórnia)
WHY ME?
There are so many times in one’s life
When we quietly murmur “Why Me?
Complications, frustrations and worry
Seem to take over our lives and
Depression sets in.
We must remember that we are not alone
In how we feel.
The world today is full of negative images and writing.
How much more do we need to take hold of our own
Self in a determination to bring thoughts that are positive.
We are thankful for the gifts we have been given
And take in the beauty that surrounds us in nature.
Healing does not take place overnight but as we
Take one day at a time and look at a beautiful sunset or
Perhaps an aura of a rainbow stretching across the sky,
We look to our future with strength of mind and the knowledge
That there will be brighter days ahead.
Tradução para Português, por Rui M.
Porquê eu?
Quantas vezes na vida de alguém Quando silenciosamente murmuramos “Porquê eu?” As complicações, frustrações e a preocupação Parecem dominar a nossa vida e A depressão se instala. Temos de nos recordar que não estamos sós Na nossa forma de sentir. O mundo dos nossos dias está repleto de imagens e literatura negativa. Tornando tão maior a necessidade de nos apropriarmos da nossa própria literatura Com a determinação para materializar pensamentos positivos. Nós estamos gratos pelos presentes que nos têm sido dados E tomamos para nós a beleza que nos rodeia através da natureza. A cura não acontece durante a noite mas na forma como nós Encaramos cada dia de cada vez e vemos um maravilhoso pôr-do-sol ou Talvez a aura de um arco-íris que se espraia pelo céu. Nós olhamos para o futuro com confiança e o conhecimento De que haverão dias mais cintilantes à nossa frente.
Nota: Dedicamos este poema a todos quantos sabem o que é a depressão e a todos quantos respeitam esta doença; em especial aos bons, os verdadeiros, profissionais de saúde que se preocupam com a dignidade da pessoa. Aqueles e aquelas que abraçaram a sua profissão por vocação e não como resultado de um mero exercício contabilístico.
E também se impõe a alegria de perceber que o livro que originou este blog, “Tales For The Ones in Love” já chegou ao Brasil. Ei-lo forte e intemporal, nas mãos da talentosa Escritora Brasileira Maria Coquemala.
Para terminar, fiquemos com a força das ideias, feitas música.
Maio é o mês do Euro Festival da Canção em Portugal, em Lisboa, no Parque das Nações. Começamos por mostrar uma fotografia no Parque das Nações e depois vamos até ao Miradouro de Santa Luzia, também em Lisboa. Em ambos os locais a natureza tem uma palavra a dizer. Após este passeio fotográfico, poderemos encontrar a tradução de dois poemas do Inglês para Português e ainda um poema da poeta Brasileira Maria Coquemala. Vamos então até à Casa de Fernando Pessoa, junto do Jardim da Estrela, uma das zonas lisboetas mais bonitas e ouvimos um poema da poetisa Uruguaia Juana de Ibarburu. Olhamos ainda uma outra capa alternativa para a nossa Antologia "Natureza 2017-2018". Para terminar, ouvimos uma música em homenagem a Salvador Sobral, sem dúvida, o nosso salvador, no que diz respeito ao Festival da Canção.
No Parque das Nações existem vários pinheiros mansos... e ao fundo o rio Tejo apresenta-se sempre com águas tranquilas.
É todavia, a partir do Miradouro de Santa Luzia, que podemos ver a Lisboa Antiga: uma das suas versões mais fascinantes.
E também belos azulejos Portugueses.
E ainda, uma videira serena e simples.
Apresentamos agora dois poemas na sua tradução.
1o Poema, por Eliza S., Polónia
True Fantasies
To Professor Bogumila Rouba How easy it is to rest in loneliness of fuzzy thoughts. To leave plans behind, to be there - far, beyond real time. Just me and my true fantasies. To be free, yet trapped in the mouth of pulsating nature. Only the low tide revealing the nudity of the beach reminds that time flows. (Traduzido do Polaco para Inglês por Artur Komoter)
Tradução para Português: Fantasias verdadeiras
À professora Bogumila Rouba Como é fácil descansar na solidão dos pensamentos difusos. Para deixar os planos para trás, estar lá - longe, além do tempo real. Apenas eu e as minhas verdadeiras fantasias. Para ser livre, ainda preso na boca da natureza pulsante. Apenas a maré se esvai revelando a nudez da praia e a lembrar que o tempo passa.
2o Poema, por Joan B., EUA
Hearts That Are Broken
Sadness may fill a heart with longing --- Longing for the sound of a baby’s laughter Or the sweet chirping of a bird outside your window. Sounds of nature bring a pleasant relief to a Heart that is feeling so alone. One’s heart is so entwined within our emotions And we need to let thepurity of nature Fill us with a joy aswe immerse ourselves in the Gifts of nature’s beauty. Then our heart will know the peace that comes With becoming a part of nature’s delight.
Tradução para Português:
Corações que estão desfeitos
A tristeza pode preencher o coração com saudade --- Anseio pelo som do riso de um bébé Ou o doce chilrear de um pássaro lá fora além da tua janela. E os sons da natureza trazem um doce alívio para um Coração que se sente tão só. O coração está entorpecido, preso nas nossas emoções E nós temos de deixar a pureza da natureza Preencher-nos com uma alegria própria do mergulho Nas suas dádivas de beleza. Então o nosso coração saberá a paz que surge Quando nos tornamos parte desse deleite natural.
Um poema da poetiza Brasileira Maria Coquemala.
MINHA ALMA
Leve, minha alma se liberta e cresce. Minha alma que nunca esteve tão alegre, que abandona este corpo que se esvai. Minha alma transcende, avança no espaço... Levada pelas asas do desejo, ruma ao infinito... Minha alma atravessa o arco-íris e se pinta com as cores da alegria. Apagam-se todas as lembranças doloridas. Silenciam para sempre as vozes da saudade, da tristeza, da dor, do sofrimento. Vão-se revelando à minha alma, os segredos todos do Universo... Já não há perguntas sem respostas. Já não há corpo, agonia e morte. E a minha alma inteira, sem recortes, realiza todas as minhas fantasias. Razão e sentimento se fundem em harmonia. Minha alma andarilha avança no infinito desvendando veredas na eternidade.
Nota: no Livro "Pulsar" (2015), All Print Editora, São Paulo, Brasil
Agora sim, faz falta Fernando Pessoa... tentámos vê-lo em sua casa.... mas não estava.
Dizem que andava muito por Lisboa e pensamos então ir até ao Jardim da Estrela, mas nada... será melhor passar outro dia. Nunca é demais e ainda que não seja já possível realmente vê-lo, por já ter falecido, a verdade é que, de certa forma, se sente alguma proximidade do poeta. Malabarismos da nossa mente... que nos mente ou sente.
O melhor será ouvir um belo poema de Juana de Ibarborou, a poetisa da Natureza, no programa da rádio, "O Som que os versos fazem ao abrir". Com Luis Caetano e Ana Luisa Amaral.
Relembra-mos que a nossa Antologia está quase a ser publicada, e por este motivo revelamos aqui uma outra capa alternativa ao nosso livro. Não, esta não é a capa escolhida.
Finalmente, terminamos como começámos, falando do Festival da Canção, este ano em Lisboa. Podemos encontrar em vários locais e várias ruas os anúncios relativos a este evento, entre a agitação do mar de turistas a passear-se alegremente pela Capital. Nada melhor do que ficarmos com um tributo a Salvador Sobral, com uma canção criada a partir de um dos Heterónimos de Fernando Pessoa: Alexander Search.
Até breve, e, por favor, não se esqueçam de subscrever este blog colocando o vosso e-mail na caixa no topo.