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Contos das Estrelas

Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)

Contos das Estrelas

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Bombeiros, Estrela, Gardunha, Margaraça e um conto

por talesforlove, em 21.08.25

Boa noite.

 

Hoje, devido à situação catastrófica dos incêndios em Portugal, a publicação centra-se nesta temática. Em Unhais da Serra (Covilhã) e não só, continuam a viver-se momentos de pânico. Não serão dados detalhes de sofrimento aqui.

Em primeiro lugar apresentamos a Plataforma Centralizada de Ajuda aos Bombeiros, para se poder ajudar os Bombeiros. Em segundo lugar podemos salientar o Intervenção e Resgate Animal, que muito se tem empenhado em salvar animais. Em terceiro lugar apresentam-se dados sobre três áreas protegidas: (i) Parque Natural da Serra da Estrela; (ii) Serra da Gardunha; e (iii) Mata da Margaraça.

Em quarto lugar, apresentamos um conto, em homenagem a todos quantos sofreram com os incêndios em Portugal, até este momento.

 

No seguinte local da internet, podemos encontrar informação sobre como ajudar os Bombeiros:

 

Plataforma Centralizada de Ajuda aos Bombeiros

https://www.ajudarosbombeiros.pt

 

Aqui, podemos encontrar informação sobre o IRA:

 

IRA – Intervenção e Resgate Animal

https://nira.pt

 

 

Seguidamente, duas páginas sobre o Parque Natural da Serra da Estrela sendo que se trata de um olhar em parte sobre o passado, devido à destruição entretanto ocorrida:

 

ICNF Parque Natural da Serra da Estrela

https://www.icnf.pt/conservacao/rnapareasprotegidas/parquesnaturais/pnserradaestrela

 

 

NATURAL.PT Parque Natural da Serra da Estrela

https://natural.pt/protected-areas/parque-natural-serra-estrela?locale=pt

 

 

A Serra da Gardunha também é uma área com muita beleza, que vale a pena olhar com atenção:

 

https://turismodocentro.pt/poi/serra-da-gardunha-rede-natura-2000/

https://www.aldeiasdoxisto.pt/pt/xistopedia/serra-da-gardunha/

 

Também a Mata da Margaraça, no Conselho de Arganil, contém espécies muito interessantes de conhecer:

 

Mata da Margaraça guarda relíquias da floresta primitiva

https://florestas.pt/descobrir/mata-da-margaraca-guarda-reliquias-da-floresta-primitiva/

 

Mata da Margaraça

https://www.aldeiasdoxisto.pt/pt/xistopedia/mata-da-margaraca/

 

Todavia, convém verificar o que realmente sucedeu neste local. Vejam-se por exemplo, os comentários na Plataforma em Defesa das Árvores:

 

Plataforma em Defesa das Árvores

"Mata da Margaraça arde"

https://www.facebook.com/groups/emdefesadasarvores/posts/4030643863868351/

 

Finalmente, um conto pleno de magia e mistério, tal como eram alguns dos locais agora devastados. O futuro irá regenerar-se. Fica este olhar inesperadamente tão próximo.

 

O CORAÇÃO NA GARGANTA DO LOBO, por Thaise N. (Brasil)


Dizia-se que havia um lobo nas montanhas. Um só. O último.

Ninguém o via, mas todos juravam tê-lo escutado uivando nas noites de vento.

Elisabete caminhava até o alto do morro toda quarta-feira. Levara um ano inteiro para domar o caminho íngreme, feito de pedra solta e mato alto, mas agora o fazia com leveza, como quem já aprendeu o compasso da trilha. Sempre deixava algo: uma maçã, uma vela acesa dentro de um vidro, um poema enrolado com barbante e papel pardo. Dizia que era para o lobo, mas ninguém acreditava.

— Você é boba, Elisabete. Lobos não comem poesia. — dizia seu irmão.

Talvez comessem.

Na verdade, ela também não acreditava. Era só um jeito de continuar amando sem ter onde colocar esse amor. Desde que o cão dela, Bóris, sumira, a casa parecia menor e mais fria. Ele fora visto pela última vez correndo em direção às montanhas, como se obedecesse a um chamado. Como se algo o puxasse de volta a uma origem mais antiga. Elisabete sentiu que não devia impedir.

Agora, toda quarta-feira, ela deixava algo para o lobo — ou para Bóris. Às vezes, era difícil separar os dois.

Naquela noite, chovia. Mas Elisabete subiu mesmo assim. Queria deixar um osso de tutano, o tipo que Bóris roía por horas, gemendo de prazer canino. Quando chegou ao topo, ofegante e encharcada, parou de súbito.

O pote com a maçã da semana passada estava virado. Vazio. O vidro com ração, partido em cacos. E no centro, sobre uma pedra, algo novo: um colar de couro com uma medalhinha. O nome “Bóris” gravado.

Seu coração disparou.

Não houve tempo para racionalizar. Um uivo cortou o ar. Vinha de perto. Muito perto.

Ela girou nos calcanhares. Um vulto cinzento surgiu entre as árvores. Era grande demais para ser só um cão. Mas havia nos olhos dele um brilho familiar. Ela sussurrou, trêmula:

— Bóris?

O bicho parou. E baixou a cabeça. Como ele fazia quando se aproximava do sofá, culpado por mastigar as pantufas. Ela estendeu a mão. Ele deu um passo. Dois. E então, algo dentro dela estalou. Um reconhecimento primitivo, que ultrapassa nome ou espécie.

Mas no momento em que o tocou, houve um clarão. Um trovão. O mundo pareceu virar do avesso.

Quando acordou, estava deitada na relva. O céu clareava com a alvorada. Mas havia algo errado.

Muito errado.

Tentou se erguer — não conseguiu. Suas patas tremiam. Patas? Tentou gritar, mas só um rosnado escapou. Correu para o espelho de uma poça formada pela chuva. O que viu não era humano.

Era um lobo.

Ou um cão. Ou algo entre os dois. Nos olhos, porém, havia humanidade. Havia ela.

E, a poucos metros, ali estava seu próprio corpo, em pé. Alguém o habitava agora. Ele a olhou com olhos que antes eram de Bóris. Sorriu com os lábios dela.

— Obrigado por me deixar voltar, Elisabete.

Então ele — ela — virou-se e desceu a trilha com o corpo dela, firme, como quem aprendeu o compasso do caminho.

Dizem que há dois lobos nas montanhas agora.

Um grande e cinzento, que uiva para a lua.

E outro menor, que caminha ao lado, com um colar de medalhinha no pescoço.

 

Aqui fica o endereço da App Estarolas (Android – gratuita):

https://play.google.com/store/apps/details?id=pt.isel.stooges&pli=1

 

Vica um convite à escrita sobre a Natureza, pois continua a decorrer o Concurso Literário Natureza:

https://contosdasestrelas.blogs.sapo.pt/concurso-literario-internacional-193354

 

Até breve.

Incêndios em Portugal e não só

por talesforlove, em 15.08.25

Boa noite.

Atendendo à realidade dos incêndios em Portugal, os quais surgem na sequência de dias de valores de extremos de calor, hoje aqui fica uma imagem muito rudimentar do que está a suceder em Portugal e não só. Após esta imagem apresentamos um poema que também se adequa a este contexto, por uma certa procura de tranquilidade. 

 

Para a imagem do que se está a passar em termos de incêndios em Portugal e no mundo, aqui se apresentam os seguintes locais onde podemos encontrar mais informação na internet.

 

Incêndios em Portugal
https://fogos.pt/

 

Foto de fogo à noite em Arganil (Coimbra - Portugal)

fogo noite.jpg

 

Foto de fumo ao longe, vindo da Pampilhosa da Serra (Portugal)

fogo pt.JPG

 

Incêndios em Espanha
https://sicnoticias.pt/mundo/2025-08-15-video-espanha-esta-a-atravessar-uma-das-piores-vagas-de-incendios-das-ultimas-decadas-bb5e67ac

 

Incêndios na Europa
https://pt.euronews.com/2025/08/13/incendios-florestais-assolam-sul-da-europa-e-deixam-milhares-de-pessoas-desalojadas

 

Visualizador dos últimos incêndios detetados no mundo
https://www.geamap.com/pt/incendios#zoom=3&lat=39&lon=-4.4&layer=2&overlays=TFFTFFFFFFFFFFFFFFF

 

Em Junho no Canadá
https://www.publico.pt/2025/06/12/mundo/noticia/canada-decreta-estado-emergencia-regiao-vancouver-devido-fogos-florestais-2136387

 

 

Aqui um poema em homenagem a Leminski, que nos fala de inquietude e imperfeições.

 

Tributo, por André Flores (Brasil)


Não mude nada!
Por favor não mude nada
Quero que fique desse jeito
Assim mesmo como está.

Quero este poema com as suas imperfeições
Ele precisa ser exatamente assim
Simples, talvez fora das métricas.

Sou discípulo de Leminski
Disruptivo, inquieto e provocador
Sem sombra de dúvida
A ausência de rimas gera incômodo.

Um poema torto, sujo e esculhambado
Trás consigo estranheza e desconforto
Porque não traz o lúdico
Como pano de fundo.

 

Mas, se a Torre de Pisa, o Coliseu
São obras sem uma métrica exata
E mesmo assim, atraem os holofotes do mundo.

Enquanto que as Torres Gêmeas
Apesar de perfeitas na sua construção
Foram abatidas de forma instantânea.

Longe de mim querer ser exato
Uniforme ou retilíneo
Quero desconstruir o mesmo
Buscando colocar ponto e vírgula
No lugar do ponto final.

 

Afinal, o legal está no casual, informal e irregular
Por isso sou assim
Leminskiniano.

 

Até breve.

 

 

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