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Contos das Estrelas

Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)

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Um poema ao Sr Manoel de Oliveira

por talesforlove, em 23.05.20

É com grande alegria que partilhamos um dos poemas que foi vencedor do Concurso Literário dedicado ao Sr Manoel de Oliveira, em 2015.

A Força da Natureza, por Sara T.

 

Árvore de raiz funda

afunda-se na imaginação.

De folha persistente

- destacado combatente -

atravessa a intempérie

para que aclamemos:

“fora de serie!”

 

Oliveira.

Árvore generosa

que nos serve o alimento:

azeitona, azeite, deleite!

De folha pontiaguda

deixa muda

a audiência.

É hoje uma referencia.

 

Árvore e homem,

folha e guião,

dão fruto na sua estação.

E presos aos galhos da criação

estão A Caixa, A Carta, A Caça

e todo o Vale Abraão,

colhidos com a devoção

de famintos espectadores em massa.

 

E o tempo passa,

e a vida cresce

e todos os anos

a mesma árvore floresce.

Que a noite comece!

Quente e perfumada

Para irmos

juntos

ao cinema.

 

lave as maos.jpg

 

Até breve.

Poesia, Alimentação I, Inspiração

por talesforlove, em 03.05.20

A poesia, podemos dizer, tem algo a ver com a alimentação, na medida em que, em boa medida, é também um ato de saborear. Como curiosidade podemos ler o seguinte poema de Fernando Pessoa, em que “a alimentação surge como algo bebível”.

 

Bocas roxas de vinho

 

Bocas roxas de vinho

Testas brancas sob rosas,

Nus, brancos antebraços

Deixados sobre a mesa:

Tal seja, Lídia, o quadro

Em que fiquemos, mudos,

Eternamente inscritos

Na consciência dos deuses.

Antes isto que a vida

Como os homens a vivem,

Cheia da negra poeira

Que erguem das estradas.

Só os deuses socorrem

Com seu exemplo aqueles

Que nada mais pretendem

Que ir no rio das coisas.

(29-8-1915)

http://arquivopessoa.net/textos/2969

Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessa

 

 

 

 

Alimentação 1

 

O livro “Desperdício alimentar” (Setembro 2018), por Iva Pires, fala-nos do lixo que criamos ao desperdiçar alimentação, muita dela em bom estado mas que perdemos por fazermos as más opções ou simplesmente por descuido. Muito curioso é referir a escassez e o aumento de preços que surge normalmente em épocas de crise ou convulsão, como a 2ª Guerra Mundial ou a recente Crise Financeira Internacional, ambas a fazer recordar, em parte, a situação que vivemos nos nossos dias com o Covid-19. Até ao momento não podemos dizer que já se tenha verificado um aumento generalizado de preços, eventualmente porque a pandemia ainda é recente ou porque o contexto é muito diferente.

Acresce que no livro ficamos a conhecer uma certa perspetiva das fontes ou causas desta realidade e verificamos que em 2010, 53,6 % deste desperdício, estava diretamente relacionado com as famílias… Ou seja, existe aqui algo em que todos nós podemos contribuir enquanto pessoas autónomas e livres. Podemos, quem sabe, imaginar de novo a nossa forma de cozinhar, por exemplo, e porque não, fritar umas cascas de batata bem lavadas? E quem sabe temperá-las com uma pitada de sal e pimenta? Imaginar de novo a nossa cozinha não tem de ser algo enfadonho, pode mesmo ser divertido! Outra sugestão será fazer iogurtes de sabores, com pedaços, se quisermos, e depois utilizá-los para misturar com chantili e rechear um bolo delicioso!

 

Não há dúvida que a alimentação é central nas nossas vidas, que nos permite viver biologicamente, e chega mesmo ao ponto de ser responsável por doenças se em excesso (obesidade) ou em defeito (avitaminoses). Todavia, mesmo antes de uma fruta ser comestível, podemos dizer que já nos alimenta, quando contemplamos um campo florido ou respiramos o oxigénio que as árvores frutíferas produzem. Em próxima publicação vamos olhar com algum detalhe para o ato de plantar uma árvore.

 

Ficam ainda dois poemas “saborosos” e uma imagem inspiradora.

 

Estrelas novas

 

Venham estrelas novas

de constelações distantes.

Sonhei estar convosco,

pisar as vossas terras planetárias,

planícies imaginárias,

cores que me acariciam e inspiram.

 

Imagino-me a sofrer convosco as distâncias

inatingíveis, os planaltos de luz noturna,

os verdes a ser um dia,

o querer sem poder ser além.

Uma água cristalina como a lonjura,

uma verdade plena e doce como o luar.

 

 

Por Karina I.:

Sob Pedras e Flores:

 

Vou colher um canteiro inteiro

Só com as flores que tenho a jogar.

Já que as pedras só me machucam

Ao menos há algo a me consolar!

 

Porque com pedra sobre pedra

Uma muralha eu já construí

Estou cercada em minha própria cidade

E já não há mais para onde partir.

 

Jogue flores, quando vierem as pedras

Assim diz o ditame popular

Mas vejam as pedras no meio dos rios

A água passa, e elas continuam por lá.

 

Versos curtos, versos longos

o que me importa?… ainda há salvação?

Vou rolando com minhas pedras

E assim seguindo, com minha nobre missão:

                                                                                tecer poesias!

 

a esperanca é uma flor reguea.jpg

 

Até breve.

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