Poemas de Menções Honrosas
Boa noite,
Aqui os poemas que correspondem às Menções Honrosas.
Com o final do Concurso Literário ficam os votos de um final de ano com literatura e muita poesia.
“Folego de vida” por Bernardo Santos
No Jogo Para o Natal de Cristo,
Ruy de Carvalho no teatro estreou.
Sem demora, o cinema alcançou;
em Eram Duzentos Irmãos foi visto.
Televisão com sucesso previsto,
Monólogo do Vaqueiro, arrasou!
Telespectador logo se encantou
e o ator profissional ficou benquisto.
Em terra firme, na prosperidade,
atuações nobres que não deixam dúvidas:
luz dos palcos, das telas, das cidades.
Neste atuar de folego de vida,
o mais velho do mundo em atividade
e o mais novo da História Devida.
“Nova peça” por Cláudia Passarinho
quando entrei no palco
descobri imensas palavras sólidas
palavras que pensava não terem espaço em mim
fintava-as de olhos marejados
observava as palmas das mãos baterem umas nas outras
enchiam uma casa
um recinto
um teatro
ali aprendi a abrir os braços às palavras
fortes. quentes. melosas
cravejaram-se na minha carne
ganharam espaço no meu corpo
hoje todo eu sou tatuagem
com marcas tão profundas
de alma saciada
hoje todo eu sou espaço para mais marcas
mais terra para as raízes crescerem
os atores são apenas o transporte
que desconhecem ter asas
como cotovias ao vento.
“O Teatro da Vida” por Rui Trindade
O amor ao teatro,
deixa o ator,
no desenrolar da sua personagem,
bem formado no seu fulgor,
o palco é a sua vida, uma imagem,
da sua pura paixão,
é sua fã a própria alma,
com o seu amor, que o acalma,
em si se ilumina,
consigo caminha.
Ao escrever este poema,
fui buscar inspiração ao ator,
nos palcos encontrei a sua magia,
que dá vida a cada emoção,
sempre em sintonia,
com seu lema,
em cada gesto,
em cada olhar,
ecoa sem explicar,
em cada representação,
o ator, eterno símbolo da paixão,
no seu mais puro manifesto.
“Ó tu, grande Mestre” por Agostinha Monteiro
Expressão máxima da dedicação
dedicaste a tua vida à representação.
Com o teu olhar ávido perscrutaste o mundo
para transformar o palco numa nova visão.
Ó tu, grande Ruy, és o mestre das artes cénicas
indubitável artista que emociona plateias
um ícone do teatro e do cinema nacional
que sabe conquistar corações com a sua paixão.
Desde os palcos até às telas o teu talento brilha perene
dono de uma voz marcante e de uma presença magnética
encantas gerações e gravas a tua marca na dramaturgia.
Nos teus inúmeros e diversificados papéis memoráveis
evidencias o sublime domínio da arte de interpretar
encarnando personagens complexas e multifacetadas
com a mestria e a verdade que só um génio lhe pode dar.
A tua longa trajetória é um testemunho de perseverança
de saber viver com profissionalismo e dedicação
um excelso exemplo de sucesso e inspiração
para todos aqueles que sonham com a representação.
A tua vida é um tributo à arte
à cultura e à dignidade de ser ator
que o teu legado perdure por muitas gerações
no património cultural do nosso país e nos nossos corações.
“Banquete artístico” por Alex Rebonato
No escuro, há um monstro de mil faces,
Mas, está domado, não mete medo.
Degustando o que o velho almotaces,
Servindo como banquete o enredo;
Esse mestre, que a nós hipnotiza,
Nutrindo-nos de beleza e fascínio,
Tem, no menu, de alegria a ojeriza,
É o protagonista em predomínio;
A perfeita cocção das belas artes,
Trás aroma e sabor de plenitude,
Fornece, às mil faces, de bandeja;
Tomando de assalto os baluartes,
Talento no palco em explicitude,
Ele, somente a perfeição enseja!
“Ruy” por Filipa Monteiro
No palco da vida, ergue-se imortal,
Ruy de Carvalho, artista sem igual.
Com voz que ecoa e alma que brilha,
Cada cena encena, cada olhar cintila.
Nascido para as artes, num destino traçado,
Fez do teatro seu lar, seu solo sagrado.
Palavras dão vida às suas emoções,
Em cada papel, mil e uma paixões.
Com talento inato e dedicação sem fim,
Encantou gerações, de início ao fim.
No riso e na lágrima, mestre é sem par,
Nas tábuas da vida, soube brilhar.
Ruy, és o farol que ilumina caminhos,
Com gestos precisos e versos divinos.
Foste sempre verdadeiro, um homem de palco,
Tua arte eterna, jamais será calco.
Homenagem singela a quem tanto deu,
A um grande ator, que o público escolheu.
Ruy de Carvalho, tua estrela reluz,
Nos corações dos que amam a arte, tua luz seduz.
“As Árvores Morrem de Pé” por Daniel Agra
Entre mentiras e puras verdades
O ser humano, com suas vaidades,
Misturam-se entre todos os tempos
A vida se faz renascer em momentos.
Os Sofismas teimam e sobrevivem
Desde os tempos mais antigos
Ao lado um do outro convivem
Entre fiéis amigos e inimigos.
Da minha sala avisto em Lisboa
Observo os pés de Jacarandá
Abraçado com minha varoa
A quem muito amor me dar.
Arraigados na pura terra fértil
Imponentes, beleza sem igual
Aos olhos do observador sutil
Embelezam a cidade com seu visual.
Oh árvores que produzem vida
Que, assassinadas, morrem em pé.
Não esmorecem ao ficar impávidas
Seria uma esperança de fé?
Ruy de Carvalho, referência de ator
Fincado como carvalho na terra
Nas artes, sendo progenitor
Eternizado como jacarandá da serra.
“Três Cenas” por José Severino
Guardo o gosto e alguma saudade
De tantos feitos vividos com a arte
Amadurecendo me fiz um eterno menino
Atuando cada dia professando a mesma verdade
O preparo do camarim nos confere a certeza
De que algo bendito, é certo, vamos entregar
Todo personagem vestido se equipara
E tem a magnitude de um Rei Lear
Foi rica a experiência com a grande tela
De compreender essa outra parcela que sou
Obedecendo ao desafio de atuar noutro pulso
Eu pude viver a magia madura do diretor
Somei com as ondas vivas do rádio
E com a voz assumi então mil facetas
Fiz do microfone um outro tipo de palco,
E do estúdio a coxia, para contar as belezas
Agora o que deixo registrado na história
São mais que ensaios, passagens e textos
Para aqueles que se põem de frente ao tablado
Possam perceber que o melhor nunca está feito
“Na Voz de Ruy” por Denise Lancia
Na casa de Bernarda, sob o manto pesado,
Ruy de Carvalho, talento abençoado.
Com Shakespeare e Molière, seu caminho trilhou,
No palco da vida, sua arte brilhou.
Em Gil Vicente, um riso, uma lição,
Ruy dá vida às palavras, com alma e paixão.
No cinema, sua presença, um brilho eterno,
Cada cena marcada, num gesto fraterno.
"A Canção de Lisboa" em sua voz ecoa,
Em "O Pátio das Cantigas", a alegria ressoa.
No teatro ou na tela, um mestre presente,
Ruy de Carvalho, um legado potente.
De "A Relíquia" a "Os Maias", sua marca deixou,
Com cada personagem, nossa história enriqueceu.
Aplaudido de pé, por um povo fiel,
Ruy é estrela que brilha, um ator sem igual.
E assim, em cada verso, em cada emoção,
Ruy de Carvalho, um gigante na nação.
Seja em Bernarda, ou em qualquer papel,
Seu talento é vasto, imortal, celestial.
“A Arte de Ruy de Carvalho” por Shirley Ferro
Ruy Duarte de Carvalho, um nome a celebrar,
Nasceu em Portugal, mas Angola foi seu lar.
Com poesia e prosa, sua voz ecoou,
No deserto do Namibe, sua alma se encontrou.
De “Chão de Oferta” a “Lavra”, sua poesia brilhou,
Em “Os Papéis do Inglês”, sua ficção se firmou.
“Vou lá Visitar Pastores”, um olhar profundo,
Sobre os Kuvale, um retrato do mundo.
Antropólogo e cineasta, sua arte a integrar,
Culturas e tradições, ele soube revelar.
Na literatura portuguesa, um marco deixou,
Com lirismo e ciência, sua obra eternizou.
Ruy, mestre das palavras, teu legado é imortal,
Na fusão de saberes, teu brilho é sem igual.
Angola e Portugal, em ti se encontram,
Num verso eterno, as fronteiras se desmontam.
Em sua jornada pessoal, aventuras a desbravar,
No sul de Angola, com o pai a explorar.
Do Namibe ao mundo, sua história a contar,
Ruy Duarte de Carvalho, sempre a inspirar.
“Nascido no final dos loucos anos vinte” por Catarina Pinto
Nascido no final dos loucos anos vinte,
seu nome faz parte das colunas do teatro português,
sua voz única nos eleva pelo tempo,
na sua mente escritos instantes mágicos,
acompanhou tempos de mudança,
participou com audácia na televisão,
sendo um excelente ator,
adaptou -se a modernidade,
continuando com o brilho da sabedoria,
seu nome a melhor definição de ator,
condecorado com diversas medalhas,
mérito reconhecido pelo seu trabalho,
em cada premiação o louvor,
um orgulho para a nossa nação.
“Diálogos da Pele” por Rubens Leite
Levanto tua superfície com a delicadeza de quem busca desvendar segredos. Traço passos de digitais que dançam sobre ti, em uma coreografia que celebra tua existência. Em ritmos diversos, transformo tua textura – essa pele que fala – em um mosaico de impressões. Minha imagem, peça por peça, se funde à tua, gravada em minha mente com a suavidade de um sussurro.
Tua forma e cor, ricas em expressões, são como páginas de um livro aberto, esperando ser lidas. Em cada toque, busco te compreender, te encontrar; meu diagnóstico se torna o mapa de uma jornada íntima, um desejo ardente de alcançar a verdade escondida sob tua superfície.
Agradeço-te, pele, por permitir que, através de tuas curvas e contornos, eu possa decifrar, concluir, e, sobretudo, cuidar. Que teu diagnóstico me guie a uma escolha sábia, a um caminho de luz. Rogo que Deus me permita aliviar teu sofrimento, transformar as aparências em reflexos de tua verdadeira essência. Desejo construir não apenas alívio, mas também beleza – um testemunho da esperança que nos sustenta.
Porque se és meu limite e o teu, minha pele, que nossa comunhão reflita o equilíbrio, a unidade entre alma e corpo. Que juntos, sejamos a expressão da vida em sua plenitude, do existir que me define, do potencial que habita em mim.
Aqui também se partilha um poema por Cesário Verde, no qual se apela à natureza e sua ligação humana.
Subitamente, - que visão de artista! –
Se eu transformasse os simples vegetais,
À luz do sol, o intenso colorista,
Num ser humano que se mova e exista
Cheio de belas proporções carnais?!
Até breve.