As mãos do tempo, em tempos de COP27
Nestes tempos, visitar um museu, mesmo que através da internet,
pode ser algo, senão libertador, pelo menos algo que nos liberte
da dor que muitos de nós sente pela perda de familiares e amigos.
Veja-se o caso do Museu Rodin, em França, acessível através de:
musee-rodin.fr
E veja-se, com atenção, o trabalho "A Catedral" (The Cathedral)
esculpido em 1908, por August Rodin (1840-1917).
Existe neste trabalho um toque entre mãos, que nos parece tocar, de tão sugestivo e
íntimo que se afigura ser. Todavia, podemos referir que tal apenas se verifica para certas pessoas,
mas sim, foi o caso do sentir do autor deste blog. É-se tentado a dizer que o material abiótico
de que são feitas, ou seja, o mármore, ganha temperatura, o calor do nosso corpo e, por instantes, a pedra "vive".
Se alguém atirasse um alimento a este trabalho, como forma de protesto ambiental, podemos afinal pensar que afinal a possibilidade de dano seria mínima. Mas, seria correto?
Não. Correr o risco, ainda que ténue, de criar dano no trabalho de outrem, e sobretudo quando esse alguém se dedicou com tanto cuidado delicado, será como um atentado à humanidade. E estas são duas mãos direitas, ou seja, mãos de seres humanos diferentes, e a obra "celebra" o seu encontro. Hoje poderiam celebrar os reencontros pós pico da pandemia e a paz.
As gerações futuras podem nem apreciar esta "catedral" mas nós sim.
O Concurso Natureza 2022 em:
https://contosdasestrelas.blogs.sapo.pt/concurso-literario-natureza-2022-africa-131327
Até breve.