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Contos das Estrelas

Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)

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Final de Feira a 16 de Junho

por talesforlove, em 18.06.24

Sem esquecer que continua a decorrer o Concurso Literário e que são muito bem-vindos poemas e contos sobre teatro (teatro e paz, teatro e natureza, teatro e amor, etc):

https://contosdasestrelas.blogs.sapo.pt/concurso-literario-em-homenagem-a-ruy-163153

 

A Feira do Livro de Lisboa terminou mais uma edição... foi emotiva... e mais que isso. A este tema voltaremos noutra publicação. 

Aqui fica uma fotografia a evocar a magia que ficou no ar.

Sem esquecer também as vítimas dos incêndios florestais de 2017 em Portugal. Afinal, ainda parece não se verificar uma mudança de fundo, pelo menos à escala desejável, para prevenir futuras situações como as verificadas nesse ano. São todavia evidentes alguns exemplos positivos.

noite na feira.png

 

Até breve.

Uma fotografia da Feira do Livro no Dia da Criança

por talesforlove, em 01.06.24

Hoje é dia da criança pelo que fica um conto que evoca o nascimento.

Também se publica a primeira fotografia na Feira do Livro de Lisboa 2024.

Lisboa 2024pt.jpg

 

 

O RIO GRÁVIDO, por António M.

O farfalhar das folhas era o da mata, espreitar.

O ruído era como o de quem espiava através dos olhos das florestas.

O seu destino era como o de quem escutava através da audição da multidão.

A ave que voara por acima do leve ruído da escuta foi a mensagem do envio: sinal da cilada mal preparada.

A tribo dos onze que o escuro evitara, era a multidão que escutara: por cautela dos perigos das armadilhas, rodeara o centro da mata ciliar. Como marcavam pegadas nas areias das margens do riacho serpenteante, as árvores do seu mapear eram de cílios que acompanham.

Como que as plantas submersas a ondularem nos seus verticais, quando a pulsação líquida superior despacha vigílias de ondas liqüefeitas, a sondarem as areias das praias dos contornos, assim, os cílios da mata-galeria ondeavam ao derredor dos extremos da sensual trajetória do riacho murmurante. Murmurante? Ora, não eram ouvidos sussurros de solidão na imensidão? Não era ele mesmo um encarcerado na graça do serpenteio do torneio? Mas, nem por isso, em sendo um só, a imparidade na existencialidade deixava de cantar dorido choro fingido. Dorido choro fingido? Sim, por só chorar solidão da falta de união, a dor desse encontro com o nada do enlevo recepcionista era pranto aberto aos céus desse caminho.

Mas, no ao centro do seu percurso entre a cordilheira do nascedouro e o mar do ancoradouro, havia aquele centro dilatado, onde as galerias das galharias e os cílios do celibatário se dilatavam como pejada prenhe. Quem das elevadas alturas, olhasse aquele trajetorial avance, diria que o abdômen do curso era crescido de mau percurso. Ainda por cima, as flores azuis das árvores mais elevadas diziam que varão primeiro nasceria do interior embrião. Ainda que, é bom que se diga, as aves faladeiras daquela sociedade dissessem que flores rosas adornavam os galhos dos arbustos mais inferiores.

No seu miolo do centro do destaque do volume dilatado, bem abaixo dos galhos e das folhas, havia, o central pedestal, a carruagem doirada estacionada. No seu interior, bojo do ouro solidificado ao após da ganga maculadora e, ao após do sofrimento no cadinho da limpadura, era visão da mais pura. Os ocasionais raios do sol espreitador que conseguiam lamber a pureza dessa carruagem eram espantados com a rapidez do recato maculado: por vezes, os habitantes irracionais pareciam vê-lo (ao sol) corar de vermelho sua explosão da luz do seu coração que ardia. Rubor maior ante o crime menor. Crime menor, ora direis? Mas não é a luz e o sol o germinador mor? Basta apenas que o silêncio da formação e as condições da germinação sejam como que um berço do envolvimento.

Raça antiga de tribo extinta, talvez de outra esfera, do celeste luzeiro enviado mensageiro, talvez com os progressos dos retrocessos tivessem ali esquecido a fonte da carruagem da juventude.

Porque a esqueceram, morreram de idade avançada. Avançada para a tribo extinta, posto que sobrevivera até quando a perdera. Mas jovem em juventude para quem a concebera: como morrer o que à eternidade pode escolher?

Mas, voltando ao início, o farfalhar das folhas era curioso espiar. Os onze da tribo que se enlaçara nos cílios da sensualidade da mata-galeria, possuíam, como chefe da expedição, o curandeiro doutor da visitação. Este entendia dos mistérios e das concepções: por certo, não traria desilusões!

Talvez fosse elo perdido da extinta tribo ou descendente consangüíneo no parentesco da evolução perdida na floresta dos esquecimentos.

O que espiava das janelas da mata era o espírito disforme da vegetação do celibato mais impiedoso do só mais ansioso.

E, ainda por cima, os cílios dos contornos davam mais piedade aos que olhavam, de cima, o embalar dessas veludosas cortinas ao centro dilatado, interior pejado.

E a voz da mata ressoou firme e disse:

- Quem se atreve a inserir malícias em meu segredo da minha juventude?

- Quem se imiscui em meu puro ambiente que não polui?

- Curiosidade divagante em meu riacho serpenteante?

- Invasores do nada em meu útero do tudo?

- Sondas mensageiras da destruição ligeira?

- Curiosidades científicas como armadilha da carnificina? Isso não permito: procurem outra oficina.

O pobre ser bruto, cercado de vida por todos os lados, com asas que abanam arredores que comandam e com simbioses que cantam a música da harmonia dos que se entendem em situações diferentes, esse pobre regato do recato, por força criatória da fonte da criação, criou alma e perdão. E era essa alma a que espreitava da janela dos furos dos olhos da mata. Pobre regato do recato: macho e só e único e . . . era um grávido rio. No seu interior, pela força da germinal doirada, a vida amada concebera o espírito do pavio.

E era esse espírito do pavio o que se acendera de per si como gestação que concebera: o apelo à reprodução era tanto, que a geração espontânea pejou de prenhez bem prenhe o útero da solidão.

Mas, o curandeiro disso entendedor chegou como a nau do amor. Ao espiar pela janela da mata que lhe espiava, viu o porte doirado do ser alado: os lampejos amarelos eram do ouro mais purificado e, disso tudo tendo cuidado, aproximou-se da nau da criação. Em lá chegando, só ele, porque os outros dez não se animavam a passar da ante-sala da relva mais rebaixada, em lá chegando, quando aquietado ao galeão pesado, pelo encontro do tripulante com a nau chegante (sim, não chegara em priscas eras?), a aviação foi concebida em vôo de parto. Dali partiram o comandante curandeiro e a nave do vôo primeiro.

Quem de cima olhava, o furo na dilacerada mata era a moldura das dores do nascimento em frangalhos de folhas dilaceradas e de galhos rompidos. O espírito preso da mata encerrada germinara em vôo do amanhã concebido em grito dorido. Esse grito foram as dores dos aplausos dos seres das cercanias e do lamuriar do vento na cantaria da mata da revoada.

Hoje e agora, o lamuriar do rio já está mais amortecido. E, mais no amanhã, seu canto alegre de barca viajeira será nave primeira: só quererá encontrar o Sol do seu destino e a carruagem da recomposição. Os cílios já ornarão com ornato desavergonhado do bojo prenhe esvaziado.

Como isso entender, de significado na produção no ninho do entendimento dessa original criação?

Ora, ignaros dessas produções, não é sempre dito que a contaminação racional à pobre vida animal é escândalo na gestação? Não é sempre dito que a mistura da usura do ouro do forno na líquida natureza, não é sempre juventude que se eternifica, mas, muitas vezes, é carruagem que mumifica?

É somente quando o cocheiro do envio (o curandeiro vanguardadeiro) se encontra com a fonte da criação, que o útero da gestação é explodido em clareira do nascimento.

 

                       Eu, a Fecundação

 

 

 

Até breve.

 

 

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