Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
Subscrever por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
No Dia Mundial do Livro um pouco da pessoa dentro de Pessoa.
Foi o amigo de Fernando Pessoa, Carlos Queiroz, quem, após a sua morte, se referiu pela primeira vez, na revista Presença, às cartas de amor de Pessoa a Ophélia Queiroz (a sua Ibis...).
Há quem diga que este poema foi escrito a pensar nela:
Por trás daquela janela
Por trás daquela janela
Cuja cortina não muda
Coloco a visão daquela
Que a alma em si mesma estuda
No desejo que a revela.
Não tenho falta de amor.
Quem me queira não me falta.
Mas teria outro sabor
Se isso fosse interior
Àquela janela alta.
Porquê? Se eu soubesse, tinha
Tudo o que desejo ter.
Amei outrora a Rainha,
E há sempre na alma minha
Um trono por preencher.
Sempre que posso sonhar,
Sempre que não vejo, ponho
O trono nesse lugar;
Além da cortina é o lar,
Além da janela o sonho.
Assim, passando, entreteço
O artifício do caminho
E um pouco de mim me esqueço
Pois mais nada à vida peço
Do que ser o seu vizinho.
25-12-1930
Ao ler este poema, também nós, um pouco nos esquecemos do nosso ser...
Fontes:
http://arquivopessoa.net/textos/148
"Cartas de Amor a Ophélia Queiroz", organização, posfácio e notas por David Mourão-Ferreira (Janeiro 2009), Editora Ática
Fica o convite à participação no Concurso Literário Natureza.
Recentemente, mais concretamente na Revista Visão, nr. 1562.9/2 a 15/2/2023, no dossier verde, Luís Ribeiro apresenta alguns dados sobre a “assassina silenciosa”, ou seja, a poluição do ar. Ficamos a saber, por exemplo, que em Lisboa os valores de dióxido de azoto chegam a ser 4,5 vezes superiores ao máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
Sem dúvida são dados dignos de nota. Mas o que temos nós feito de diferente para que esta situação não se verifique? Em 2020 muitas pessoas ficaram felizes porque, no meio de uma enorme tragédia, cujas consequências ainda são reais, existia algo positivo: a poluição do ar havia diminuído radicalmente.
Atualmente, causa alguma estranheza o número elevado de automóveis a circular em Lisboa. Talvez não seja demasiado perguntar o que temos feito? Sim, novamente a mesma questão. Naturalmente que as deslocações ao trabalho podem implicar a utilização do automóvel mas não haverá alguma deslocação de lazer a local relativamente próximo que não possa ser realizado a pé? Que tal uma caminhada ecológica?
E porque não utilizar alguns dias os transportes públicos mesmo que utilizando a máscara?
A esta realidade soma-se alguma seca que se parece sentir. Se se colocar um vazo com uma planta em local exposto poderemos ficar surpreendidos com o facto da sua terra fica seca passados alguns dias, se tanto.
Fica aqui hoje uma música para todas as pessoas que perderam alguém ao longo destes anos, pela pandemia, pela guerra, pela poluição, por tantos motivos. Na expectativa que a esperança por um mundo melhor não se esvaneça.