Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
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Foi uma feira bem-disposta, pese embora as limitações impostas pela pandemia. E em boa medida foi uma surpresa pela positiva pois tendo sido realizada em datas completamente diferentes das habituais, poderia pensar-se que também esse facto poderia influenciar a adesão das pessoas ao evento. Em boa verdade, alguns comentários foram positivos, pois evitou-se a chuva, quase uma tradição durante a feira. Existiram ainda alguns comentários saudosos, pois em Junho temos: "as Festas dos Santos Populares", "os casamentos de Santo António", "aquela música de fundo". Em resumo, no que diz respeito a saudades das datas anteriores, pode-se dizer que existe saudade de um contexto de festa popular e influenciado pelas memórias de um passado feliz da Feira do Livro. Todavia, seja como for, a nova data proporcionou uma Feira de sucesso num contexto difícil de gerir. Esta "nova" feira, pelo menos nesta data, merece alguma admiração pela positiva pois foi algo que pelo menos não prejudicou o formato anterior, foi uma excelente solução.
Fica a informação que a Feira do Livro de Lisboa será em finais de Agosto e inícios de Setembro. Podem confirmar em: www.apel.pt
Partilhamos um poema de Jorge de Sena "Uma pequenina luz"
Uma pequenina luz bruxuleante Não na distância brilhando no extremo da estrada Aqui no meio de nós e a multidão em volta Une toute petite lumière Just a little light Una picolla, em todas as línguas do mundo
Uma pequena luz bruxuleante Brilhando incerta mas brilhando aqui no meio de nós Entre o bafo quente da multidão A ventania dos cerros e a brisa dos mares E o sopro azedo dos que a não vêem Só a adivinham e raivosamente assopram
Uma pequena luz, que vacila exacta Que bruxuleia firme, que não ilumina, apenas brilha Chamaram-lhe voz ouviram-na, e é muda Muda como a exactidão, como a firmeza, como a justiça Brilhando indeflectível Silenciosa não crepita Não consome não custa dinheiro Não é ela que custa dinheiro Não aquece também os que de frio se juntam Não ilumina também os rostos que se curvam Apenas brilha, bruxuleia ondeia Indefectível, próxima dourada
Tudo é incerto, ou falso, ou violento: Brilha Tudo é terror, vaidade, orgulho, teimosia: Brilha Tudo é pensamento, realidade, sensação, saber: Brilha Desde sempre, ou desde nunca, para sempre ou não: Brilha
Uma pequenina luz bruxuleante e muda Como a exactidão como a firmeza, como a justiça Apenas como elas Mas brilha Não na distância. Aqui No meio de nós Brilha