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Contos das Estrelas

Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)

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Incêndios 2022

por talesforlove, em 17.07.22

Esta semana, em Portugal continental, devido à seca e altas temperaturas, acima de 40º C, verificaram-se vários incêndios de grande dimensão. Os prejuízos são de naturezas diversas sendo a perda de uma vida humana, a do Piloto André Serra, a que é a mais relevante.
Não fosse esta perda, hoje não haveria muito a dizer. Afinal, a prevenção não é ainda a suficiente, sobretudo em contexto de clima alterado e despovoamento de algumas regiões. Acresce, a crescente desmotivação de muitas pessoas que não se sentem seguras em investir nas suas propriedades, em geral, de pequena dimensão. Sem dúvida, o diálogo mais próximo é essencial, a par da dignificação de quem age limpando os terrenos, tarefa que durante o ano raramente é notícia.

 

Campo de flores

Flor que ondulas com o vento...
e semeias sentir ternurento
dá-nos o eterno alento
de crer num melhor amanhã.

Protegemos esse campo presente,
sempre verde, fresco, caule de paz,
que permites na nova semente:
a plena esperança que aqui jaz.

Nota: ao Piloto falecido.

Igualmente, em vários outros países europeus (Espanha, França, Itália, Croácia, etc.), o calor provocou e provoca incêndios de grande dimensão, o que chama a atenção para a necessidade de prevenir estes eventos. Independentemente do contexto humano e material, estes são sempre uma tragédia humana e ambiental, para a qual a prevenção é o melhor remédio.

 

Até breve.

Poema de Eduardo Waack - "Vastidão" pela Natureza (Brasil)

por talesforlove, em 12.06.20

Hoje partilhamos um poema que é uma luta pela defesa da natureza, em toda a sua dignidade.

 

VASTIDÃO

 

Outra noite se perdeu,

De mim um pouco mais.

As pessoas falam de tempos futuros.

Que tempos seriam aqueles

Em que não nos matamos?

 

Vejo o inverno passar,

Não sei se sou ou se fui.

Que outras vozes seriam aquelas

Que não nos gritariam por justiça?

 

Eu acredito na fé que remove montanhas,

Embora tema os espinhos

E as farpas sonoras que cravam

Em meu corpo.

 

Infernos cotidianos crises opressões

Há quanto tempo abrimos nossos olhos

Nossas mentes

Há quanto tempo ainda assim

Somos tapados ignorantes, eu me condeno,

 

Resta-me o ocre veneno

Das línguas afiadas, a dor de uma paixão

Que não conhecerá mais cura

O abismo de gentes

A me provocar desertos.

 

Vieste florir esquecida

Nos jardins de minha vida.

As pessoas amam e destroem a natureza.

Onde estás, minha amiga? De qual

Árvore arrancada cantas para mim?

 

Até breve.

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