Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
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Eu ando pelas escadarias de cristal - embaixo o mar – Um navio de velas brancas e dourado o mastro vejo singrar. Ponho as paredes de minha casa de vento e pó O meu limite é o Universo - não estou só. Lá fora gritam os homens, cantam os pardais, passos distantes no horizonte descansam em paz. E ao por do sol, a bênção desce como orvalho, chuva e neblina E para dormir recito as preces de menina.
Apanhem todos os átomos do infinito; com eles vou construir sino, melodia, canção.
É forte e viva a alma que não se dobra e só entende a linguagem do coração.
NOTA: apenas texto, sem formatação especial de texto.
Hoje faleceu o Sr. Jorge Listopad, escritor e encenador Polaco, de 95 anos, nascido em Praga (Polónia) e que vivia em Portugal desde a década de 50 do século passado. Entre os livros que escreveu contam-se: "Meio conto" (1993), "Álbum de família" (1988), "Biografia de Cristal" (1992), entre muitos outros. Entre as peças de teatro que encenou contam-se: "Diário de um Louco", de Gógol, "O Porteiro", de Pinter, "Huis Clos", de Sartre, "Dança da Morte", de Strindberg, "A Vida é um Sonho", de Calderón de la Barca, "A Forja", de Alves Redol, e "Macbeth", de Shakespeare, entre muitas outras.
Com este trabalho e pela saudade que deixa, o Sr. Jorge Listopad é a prova de que uma vida nunca é demasiado Longa. Pela Riqueza, Diversidade e Empenho no Trabalho e Mundo, a sua vida jamais poderia ser considerada Errante.
Um abraço para o Sr. Jorge Listopad. Com saudade.
Em sua homenagem um excerto de poema por Lord Byron:
Por profundo que seja o teu torpor, Teu espírito não vai adormecer, Em ti as sombras nunca se dissipam, Ideias que não sabes afastar. Por virtude de ti desconhecida, Não poderás tu nunca ficar só; Serás envolto como num sudário. E ficarás cativo de uma nuvem; E para todo o sempre hás-de viver Em tal encantamento prisioneiro.
Byron, L. (2002), "Manfredo", Tradução por João Almeida Flor, Relógio D'Água, Lisboa, p.37