Novos livros e nova poesia em 2019
Boa tarde Amigos Autores,
Nada melhor do que começar o ano com sol e alguma bela poesia!
É interessante verificar que a par da publicação em papel surge imediatamente a publicação em formato digital. É algo que parece ser bom para o ambiente pois existe menor consumo de papel e o gasto de energia dos equipamentos de leitura parece ser negligenciável. A estes factos acresce que o formato digital é menos oneroso que o formato em papel. Para muitas pessoas, o livro continua a ser algo privilegiado na leitura de poemas e outra literatura, sendo que, podemos alegar, ainda contém a magia das coisas sem tempo e eventualmente sem grande complexidade.
Assim, com grande alegria, convidamos à leitura do livro “FAZENDO AMOR COM O UNIVERSO EM VERSOS” (Outubro 2018) de Claudete Soares (Brasil – Bento Gonçalves - RS), Editores Valdir Ben e Vânia Bortoletti, o qual nos apresenta um conjunto de poemas de grande sensibilidade estética e humana, a par de uma composição gráfica belíssima. Entre esses trabalhos encontra-se o seguinte:
FELIZ
Violinos tocam em mim
quando acordo em ti.
O meu anjo doce
estende um tapete de luz
para revestir o meu dia.
E eu caminho nas rosas das horas
entre perfumes e espinhos.
Feliz.
E ainda, este humaníssimo:
DOR DE MENINA
A menina chorava...
De feições doces, mas tão sofridas!
Quem saberá das suas feridas?
Quem saberá das dores
que lhe escurecem a alma?
Nem as flores, cujos perfumes
lambem a sua face,
conseguem serenar o coração aflito.
Ele que quer ganhar o infinito,
fugir desse lugar cruel
que lhe tira o mel da vida
e o cobre com véu os sonhos,
lhe roubando a seiva pueril.
Que olhos bondosos poderão vê-la,
e agasalha-la em seu colo,
salvando-a da aflição?
Para adquirir esta obra, com quase 150 poemas, e também disponível em versão digital/e-book, recomendamos os seguintes contactos: claudete@msrg.com.br e bendesign@bendesign.com.br
Ainda outro livro de poesia, que vale a pena conhecer, é “Azul Instantâneo” (2018) por Pedro Vale (Portugal – Madeira). A poesia visual é muito importante neste livro e sem dúvida oferece uma diversidade na interpretação do que se pretende transmitir. Assim, não é de estranhar que o design gráfico da obra, nomeadamente na capa, apresente linhas tão simples, não ofuscando, de forma alguma, o conteúdo poético já de si tão gráfico.
Um poema, sem nome, a ler será:
Talvez um dia recordes
num qualquer espelho torto
quão simples fora a tua salva
e te lembres daquela vez
em que ceáramos apenas meia
laranja e nada de pão naquela casa cega
com o telhado a verter lágrimas
de fel.
E ainda este:
Para contactar o autor, recomenda-se o seguinte contacto: valedepedro@gmail.com
Finalmente, convida-se à leitura de um poema naturalista por Marcelo de Oliveira Souza, IwA (Brasil):
Venezuela!
Veneza pequena, está ela
Grande emblema, singela!
Motriz da América,
Via da janela.
Braço forte,
Com clientela
Petróleo bruto
Na cancela,
Estado ativo
Virando favela.
O Fruto Maduro
Sofre no duro
Distorce o futuro,
Nesse grande enduro,
Não tem futuro...
Sem cair do pé.
Ninguém acode
Nem perde a fé,
O povo grita,
O sofrimento irrita
Até um dia o fruto Maduro
Que apodrece a árvore
Cair na maré!
Venezuela!
Venecia pequeña, está ella
¡Gran insignia, sencilla!
Motriz de América,
Vía de la ventana.
Brazo fuerte,
Con clientela
Petróleo bruto
En la cancela,
Estado activo
Que se transforma en barrio de lata.
El Fruto Maduro
Sufre mucho
Distorsiona el futuro,
En ese gran testarudez,
No tiene futuro ...
Sin caer del pie.
Nadie ayuda
No pierde la fe,
El pueblo grita,
El sufrimiento irrita
Hasta un día el fruto Maduro
Que se pudre en el árbol
¡Caer en la marea!
Até breve.
Abraço.