Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
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Hoje aqui fica um poema de Eliza Segiet, com tradução por Rui M.
Cachos de Fruta
A minha ilha de sonho é embebida em cheiro de oleandro, jasmim, e no espaço entre os declives iluminada com azul ultramarino. Minha é sem forma, ladeada por tristeza e desejo. O mar desistiu de tudo que antes havia recebido. Quanto do mundo está aqui! Uma sinfonia de elementos. E onde estão os cachos de fruta? Eu sei. Eles crescem em bandejas Envoltos em memórias dos trópicos,
Eles procuram a sombra E são seduzidos pela profusão de cores
Passavam pelo ar aves repentinas O cheiro da terra era fundo e amargo, E ao longe as cavalgadas do mar largo Sacudiam na areia as suas crinas.
Era o céu azul, o campo verde, a terra escura. Era a carne das árvores elástica e dura, Eram as gotas de sangue da resina E as folhas em que a luz se descombina.
Eram os caminhos num ir lento, Eram as mãos profundas do vento Era o livre e luminoso chamamento Da asa dos espaços fugitiva.
Eram os pinheiros onde o céu poisa, Era o peso e era a cor de cada coisa, A sua quietude, secretamente viva, A sua exaltação afirmativa.
Era a verdade e a força do mar largo Cuja voz ,quando se quebra, sobe, Era o regresso sem fim e a claridade Das praias onde a direito o vento corre.