A Poesia da pintura e do tempo
Hoje é dia de poesia.
O tempo, por Viviane P.
Olhe para o seu rosto no espelho,
Comece a avaliar as mudanças
Quantas rugas e manchas
Estão aí comprovando que suas células
Cederam ao tempo o poder de lhe matar?
E, implacável, não hesita em deixar claro
Quem é que está no comando de tudo.....
E você que cuida tanto de seu corpo ainda jovem,
Se assusta ao ver o velho pelas ruas tão disforme!
Ele é você em outro tempo!
Já foi belo nu em pleno dia!
Hoje você se assusta até com o vento
Que muda seus cabelos de lugar
Que pensar, então, sobre o tempo
Que está aqui na esquina a lhe esperar?
Cuide, sim, do importante,
Pensamentos, gestos, sentimentos,
Eles são invulneráveis, o vento não poderá levar!
Soneto 138 de William Shakespeare, tradução por Ana Luísa Amaral
Sempre que minha amada me jura ser sincera,
Eu acredito nela, mesmo sendo mentira;
Deixá-la imaginar-me um jovem inocente,
Pouco entendido em falsas subtilezas do mundo.
Pensando, pois, em vão, que ela jovem me julga,
Embora bem sabendo que tive melhores dias,
Na sua língua falsa eu finjo acreditar,
E assim, de ambos os lados, a verdade é escondida.
Mas porque não diz ela que não é sincera?
Porque não digo eu a minha vera idade?
O hábito do amor é parecer confiar,
E o amor na idade gosta de a não contar.
Com ela me deleito, mentindo, e ela comigo,
E, a mentir nossas faltas, em deleite existimos.
A capa de um livro a não perder:
Até breve.