Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
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Partilhamos um conto selecionado para a Antologia 2018-2019.
“Mentes reutilizáveis” por Diana Pinto, Portugal
– Temos que separar! É uma necessidade. – Disse a professora de português no final da aula aos seus alunos do nono ano. Rita saiu da escola e caminhou até à paragem de autocarro sempre a pensar nas palavras da docente. Em casa nunca separavam o lixo. Sempre colocavam os sacos nos caixotes de lixo comum. Era o único que tinham perto de casa. A estudante sabia que seria um problema convencer a mãe a separar o lixo. A progenitora era de mente pouco aberta, tinha medo da mudança e ainda possuía pensamentos do século XX. Era uma mulher cinquentona, trabalhadora e honesta. Seria um desafio para a jovem, mas ela parecia animada. Iria convencer a mãe. Ela tinha a certeza disso. Chegou a casa e entrou na cozinha. A mãe estava a preparar alguma coisa que Rita não conseguiu saber. – Então, querida, como correram as aulas? – Bem. Antes de falar em separar o lixo, Rita começou a tentar convencer a mãe a retirar o plástico do lar. – Podemos começar a utilizar sacos de tecido. – Foi a tua professora quem te disse isso? – Sim. – Pelo menos, não pago dez cêntimos por cada saco. Rita sorriu. – E sem garrafas de água de plástico. Copo térmico para tudo! A mãe olhou, escandalizada. A filha continuou a dizer que teriam que usar cotonetes 100% algodão, ou de metal. A mãe nem sequer sabia que isso existia. – E temos de escolher sempre as embalagens de papel. É pena, mas temos poucas alternativas, de momento. Mas ainda acredito que vamos a tempo de salvar as florestas! 34 A mãe respirou fundo. – Já entendi que percebeste o que aconteceu durante a última aula. – Sim, mãe, sabias que, para os peixes, plástico é uma refeição? – Sim, sei. Mas diz-me uma coisa, tu por acaso sabes que não deitar lixo para o chão também é uma sugestão que todos fazem? Rita engoliu em seco. Era um erro que cometia quando estava a passear na rua. Ela era “adepta” da chamada “lei do menor esforço”. – Quando começares a fazer isso, deixo-te separar o lixo. Caso não saibas, também eu conheço a política dos 3 R’s. Rita saiu da cozinha, envergonhada. Afinal, a mãe já sabia. Mas, pelo menos, agora as duas iriam ajudar o planeta. Iriam fazer a coisa certa.
Esta partilha não é a última do ano, mas a que se impõe dadas as circunstâncias. Quais? As do Natal e as da matança de animais num terreno em Portugal. Não há muitas palavras, apenas uma pergunta: como foi possível?! Fica uma notícia que felizmente revela que em Portugal tanto o poder político como as pessoas em geral estão muito sensibilizadas para a questão da preservação do ambiente:
Como um momento perdura para sempre? Como pode uma história nunca terminar? É junto do amor que nos devemos sempre manter Nunca é fácil mas nós tentamos Por vezes a nossa felicidade é detida De alguma forma um tempo e um lugar fica na memória O amor vive nos nossos corações E sempre viverá Os minutos tornam-se horas Dias em anos e então se findam Mas quando tudo o resto tenha sido esquecido Ainda assim a nossa canção sobrevive Talvez alguns momentos não tenham sido assim tão perfeitos Talvez algumas memórias não sejam assim tão agradáveis Mas nós temos de viver alguns maus momentos Ou as nossas vidas são incompletas Então quando as penumbras tomam conta de nós E nós sentimos que a nossa esperança desapareceu Ouviremos a nossa canção e saberemos uma vez mais Que o nosso amor perdura
Aaaa aaa A
Como um momento perdura para sempre? Como perdura a nossa felicidade? Através da escuridão dos nossos problemas O amor é beleza, o amor é puro O amor não quer saber de desolação Protege, continua e persevera E faz-nos um todo Os minutos transformam-se em horas Em anos e depois desaparecem Mas quando tudo tiver sido esquecido Ainda assim a nossa canção sobrevive
Como é que um momento sobrevive para sempre? Quando a nossa canção Sobrevive
Original em Inglês:
How does a moment last forever? How can a story never die? It is love we must hold on to Never easy but we try Sometimes our happiness is captured Somehow a time and place stand still Love lives on inside our hearts And always will Minutes turn to hours Days to years then gone Bur when all else has been forgotten Still our song lives on Maybe some moments weren’t so perfect Maybe some memories not so sweet But we have to know some bad times Or our lives are incomplete Then when the shadows overtake us Just when we feel our hope is gone We’ll hear our song and know once more Our love lives one
Aaaa aaa A
How does a moment last forever? How does our happiness endure? Through the darkest of our troubles Love is beauty, love is pure Love pays no mind to desolation It flows like a river through the soul Protects, proceeds and perseveres And makes us whole Minutes turn to hours Days to years then gone But when all else has been forgotten Still our song lives on
How does a moment last forever? When our song Lives on
Fica também este poema:
Poesia da Antologia 2018-2019
“Iluminar o infinito” António Ramalho de Portugal
Iluminar o infinito
A liberdade
que existe na dúvida,
respira no conforto
que podemos conhecer,
que não parece julgar
os erros,
que havia na natureza,
como ficção,
onde permanece
a verdadeira realidade,
que atende a matéria,
na virtude que forma a razão,
ao acertar
na paixão do contrário,
ao que permite chegar
a alma que dirige
a forma como sentido,
na imaginação que entende
o que pode mostrar
a verdade,
na conexão de ter
o que chama a razão
que pode explicar
algumas palavras
na sua perfeição,
a desfrutar
do momento para dizer
o que pode acontecer
no anseio da natureza
que compreende
o contraponto do saber,
no próprio corpo que é,
a necessidade
que o homem é,
na objetividade de ser
o crescimento que se torna
a realidade no seu significado,
a considerar a natureza,
de ser a existência,
que se afirma no papel,
de ser a criação que chama
o que descreve o espírito,
na linguagem da essência,
a conseguir ser
o invisível que diz o coração,
na forma de sentir o tempo,
como reconciliação da busca,
na imaginação como guia.
Este ano os CTT - Correios de Portugal fazem 500 Anos.
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