Feliz 2024: com natureza e poesia
Desejamos um 2024 com Saúde, Paz e Alegria.
Relembra-se que estamos a divulgar o livro solidário "Uma Cozinha de Sonho".
Mais informação aqui:
http://www.medicina.ulisboa.pt/o-livro-uma-cozinha-de-sonho
Ficam os três primeiros classificados na categoria poesia, no Concurso Literário Natureza África 2023:
1º lugar
“Sou uma miscelânea de nada”, por Diogo Esteves (Portugal)
Sou uma miscelânea de nada
És a minha raiz
o meu tronco
tu, meu continente
descontente
minha origem
terra parideira
sem eira nem beira
ponto de partida
de uma evolução pouco evoluída
de uma vida
que pela cor me escraviza
devora, demoniza
e na hora da despedida
da avenida da existência
só tu, grande mãe
me levas pela mão para fora do jardim
onde pequei.
Sou negro, sou azul
sou vermelho
sou um espelho do que sou
sou teu fruto
que desde puto
quer regressar ao útero
de tribal música
nas entranhas
da omnipresente negrura
que me tinge o sangue.
Sou África
ou não sou nada!
2º lugar
“Plantas”, por Nélio José (Nampula – Moçambique)
Veio o nascer, o embrião da vida,
E depois a planta, vigor renascido.
Cresce e paira, entre nações, na África,
Eterniza-se como sinônimo de riqueza abstrata.
Verdes como nunca, a promessa da terra,
Brilhantes sempre, no sol que encerra.
Bonitas feito chuvas que acariciam,
Plantas, o eterno selo que a África herda e guia.
3º lugar
“Árvore da vida”, por Patricia de Campos O. (Portugal)
Embora fique quieta
No mesmo lugar
Se maltratam, afeta
É viva, e não pode falar.
Só quem é perspicaz
Nota os seus sinais
Pela cor das folhas
Flores dadas, e mais.
Se produz frutos
Ou aparenta tristeza
A árvore está de luto
Emudece a beleza.
É onde tudo começa
O nutrir, a respiração
Reflorestar é remessa
Para a justa reparação.
Em silêncio, converse
Elas podem te ouvir
Depois, inspirado, verse
Árvore é vida a insistir.
Que 2024 tenha poesia e harmonia!
Até breve