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Contos das Estrelas

Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)

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Parte III – Cantinho da ciência: plantas, exoplanetas e robótica

por talesforlove, em 15.10.19

Recentemente, foi atribuído o prémio Nobel da física a investigadores responsáveis pelo estudo e descoberta de planetas externos ao nosso sistema solar. Adicionalmente, a par desta notícia, tem sido revelada diversa informação sobre o caminho que os investigadores desta área científica desejam seguir, por exemplo, a procura de pistas relativas a outros planetas com vida, observando dados relativos às suas atmosferas. Tal será feito com o recurso a potentes telescópios e procurando constituintes como oxigénio, hidrogénio e água, por exemplo. Faz sentido, em terra as plantas recorrerem a um açúcar, a glucose, para a sua construção, ora esta molécula é constituída por carbono, hidrogénio e oxigénio, possuindo a fórmula C6H12O6. Surge também a possibilidade de a vida poder surgir de várias formas, todavia, sem uma observação mais próxima, resistirá sempre a dúvida; é tudo um universo fascinante.

Recomenda-se a leitura das seguintes notícias:

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/09-out-2019/cosmologia-e-descoberta-de-exoplanetas-ganham-nobel-da-fisica-2019-11380758.html

https://www.dn.pt/sociedade/o-mais-provavel-e-que-haja-muitos-outros-planetas-com-vida-9027670.html

Fica aqui também o desenho de uma molécula de glucose:

glucose.png

 

Sabemos que a origem da palavra desejo, no latim, significa o “movimento de uma estrela cadente”, depois eventualmente a “saudade de uma estrela cadente”, a quem pedimos algo, hoje significa o querer muito algo e, sem dúvida, estes cientistas querem muito “conhecer” mais. Para nós, para este blog, fica sempre a sensação que é necessário muito mais conhecimento sobre a própria atmosfera terrestre… para preservar e garantir futuras explorações espaciais mais conscientes. Uma visão holística do desafio da preservação ambiental parece ser fundamental.

Nos últimos dias, têm surgido notícias de novos fogos florestais na Califórnia, e com uma dimensão enorme, ao mesmo tempo que as novas tecnologias da inteligência artificial são aplicadas no estudo dos novos planetas. Assim, parece que estamos perante uma contradição pois se, por um lado, procuramos conhecer o espaço, por outro lado, não conseguimos garantir que preservamos o planeta terra, e nesta questão devem ser incluídos ainda os efeitos de várias guerras. É um longo caminho que fica ainda por percorrer.

Percebemos ainda que um dos primeiros passos da moderna aventura espacial começou lá atrás, quando em 20 de Setembro de 1519, Fernão de Magalhães partiu para a 1ª viagem de circum-navegação que procurava provar que o nosso planeta é redondo. Foi um processo de autoconhecimento, autoconsciência, humana, algo a ter em conta em diversas dimensões, por exemplo sociais, dado que partiram cerca de 250 homens, pelo que se sabe, e chegaram apenas 18. Ele conseguiu.

Fica a ligação seguinte, com música, história e poesia, sobre esta viagem:

Os 500 anos sobre o início da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães (parte II).|22 Set. 2019

https://www.rtp.pt/play/p302/e428819/musica-aeterna

 

Fica ainda o Fado de Carminho – “Meu amor marinheiro”

 

 

Quem sabe não faremos a primeira colheita de plantas no espaço, com vista para o nosso planeta terra?

Eventualmente, as primeiras viagens, com o propósito de semear e colher no espaço, sejam mesmo com tripulantes robóticos, tendo o acompanhamento humano a partir de terra. Uma hipótese que pode poupar recursos e vidas, ao mesmo que se alimentará a esperança da humanidade poder continuar a acumular um crescente conhecimento do universo e simultaneamente preservar este nosso planeta, sempre único, porque é o nosso verde lar.

 

Parte IV – Poesias

por talesforlove, em 15.10.19

Poesias por Viviane P. (Brasil)

 

SANS FOI NI LOI

 

Je crois en la vérité dite dans les journaux

Je me réveille et je seris dans la rue

Le coup de feu du voisin est le premier impact

Et combien d'autres en entendras-je encore ?

Non, ce n'est pas moi qui vais crier.

Pour mettre fin à cette violence

Je ne suis qu'un spectateur, parce que je n'ai pas d'arme.

Je suis juste un citoyen qui a peur de tout

Y compris les cris

Je ne peux même pas parler.

Mes paroles peuvent tuer aussi.

Oui, en fait je suis quelqu'un

Bien que cela ne signifie pas que je suis une personne

Je suis quelqu'un sans droits, sans garantie

Sans foi et sans empathie

Et, à mon désespoir total,

Face aux abus improbables de la vie quotidienne,

Je vais me taire devant tout !



SANS FOI NI LOI

 

Acredito na verdade dita nos jornais

Acordo e saio para a rua

O tiro da  arma do vizinho é o primeiro impacto

E, quantos outros ainda  vou escutar?

Não , não sou eu quem vai gritar

Para que parem com esta violência

Sou apenas expectador, pois, não tenho arma alguma

Sou apenas um cidadão com medo de tudo

Inclusive de  gritar

Nem falar eu posso

Minhas palavras podem matar  também.

É, na verdade eu sou alguém

Embora isto não signifique  que  eu seja uma pessoa

Sou  alguém  sem direitos, sem  garantias

Sem fé e sem empatia

E, para meu total desespero,

Diante do improvável abuso no cotidiano,

Eu me calo diante de  tudo! 

 

 

ANCESTRALIDADE

 

É bonito ouvir você

 defender seu candidato

E fazer um ultimato

Só porque não penso assim

Faz piada, ri de mim

Ameaça me matar

Degolar , me escalpelar

E se  eu trato de um fato

O  diferente desiderato

Faz a ancestralidade

De repente  aparecer

Quando o homem para viver

Matava o outro para comer

Hoje   é pouco diferente

Pois, eu vejo muita gente

Que mata por prazer

Põe a carne no seu prato

O couro no sapato

E segue a vida a viver

Esta vida que repete

O comportamento humano

Entra um século e saí um ano

 Tudo igual até morrer.

Morre a vida do sujeito

Feito o homem ancestral

Com uma lança bem no peito

E, eu pergunto , e o direito

De pensar o desigual?

Me permita lhe dizer

Mesmo sendo  diferente

Sou um tanto inteligente

Para saber o bem  e o mal

E, percebo  em seu jeito

que essa ancestralidade

Muito  mais do que maldade

É seu jeito de esconder

O tamanho de seu ser

Pequenino na essência

Cuja dor da existência

Não permite aceitar

O que a vida faz brotar

Na cabeça de quem sente

Que viver é acrescentar.

E, termino consciente

De ter feito da semente

Nova forma de pensar.

Pense bem, meu  bom amigo,

Pois, o outro não existe

É você, se me permite,

Do avesso a me olhar.

Pense em mim como em você

Já que estou   na outra ponta

Que você vai encontrar.

 

 

 

Cesário Verde (Portugal, 2ª Metade do Século XIX)

 

Aspiro um cheiro a cozedura, e a lar

E a rama de pinheiro! Eu adivinho

O resinoso, o tão agreste pinho

Serrado nos pinhais da beira-mar.

[…]

 

“Submarino” Renato TouzPin de Brasil - 2º Lugar do Concurso Natureza 2018-2019

 

Submergir do raso para o fundo.

Para longe do ficar ao acaso,

De braços bem dados,

Mergulhados com o profundo.

Banhar-me com águas-de-cheiro colhidas em jardins próximos aos corais mais coloridos.

Reconhecer que distante de mim,

Eu era desconhecido, seco, sozinho.

Catar conchinhas, pérolas e estrelas, no céu marino.

Pegar carona com golfinhos, pescar sereias, cavalgar cavalos marinhos.

Permissão a Neptuno para ali enamorar.

Para bons fluídos, a benção de Iemanjá.

Ao emergir, afobado, sentir saudades das guelras que davam-me ares,

E, com isso, emarasmar.

Entediar-me. Em minha ilha me isolar.

Agora, mesmo que contra correntezas e marés,

A favor de minhas ondas, irei remar.

E, para reproduzir, rio acima irei nadar.

Gerar vivas nascentes, quentes cores refratar.

Dar um tempo da mesmice.

No subconsciente, de cabeça, mergulhar.

Fazer dos mares meu quintal, dos oceanos o meu lar.

De uma vez por todas e enfim amarar.

 

Mudar da superfície.

Me aprofundar no mar.

Meu desejo mora lá.

Quero namorar.

Quero lá morar.

Sumir um pouco da terra.

Ir no mar morar.

 

Flor no Chão - Rafael Alvarenga – Brasil - Itatiaia, 04 de julho de 2015

Um poema vencedor, em primeiro lugar, no Concurso Natureza 2015

 

Achei uma flor

No chão.

Três pétalas lhe sobravam.

Pensei salvá-la.

De que?

Voltei pelo caminho procurando-lhe

os pedaços, mas não sabia o seu caminho,

Fui em direção a casa, jarro d’água em pensamento.

Desisti.

Que atrocidade teria desbeiçado a flor?

Indigna formiga faminta?

Famigerado vento que me refresca a face?

Indolente passarinho que me encanta o tempo?

Achei uma flor

No chão.

Pensei salvá-la.

Desisti.

Deixei que alimentasse a formiga

Que tremulasse ao vento – uma última vez –

Que fosse ninho ao passarinho.

Salvei-a de minhas próprias mãos pensantes.

 

 

Execução sumária - Edweine Loureiro – Japão

Um poema vencedor, em primeiro lugar, no Concurso Natureza 2015

 

Sinto o golpe no tronco!

E grito, aflita,

mas ninguém liga

para esta amiga…

Pois velha estou…

E, para aumentar a dor,

descubro, com horror,

que meu algoz

é aquela criança:

a mesma que,

em outros tempos,

fosse na alegria

ou no sofrimento,

buscava abrigo

sob meus galhos.

E que, hoje,

machado na mão,

congela o coração,

para pôr abaixo

a floresta de carvalhos.

 

Natureza morta - Claudia M. - Brasil

Um poema vencedor, em primeiro lugar, no Concurso Natureza 2015

 

Vi a flor murchar

E o beija-flor perder a cor

Vi o rio secar

E o peixe não ter onde nadar

Vi o sol queimando a grama

E o gado assolar-se de fome

Vi as árvores morrendo

E o oxigênio se dissipando

Vi a chuva surgir na sua escassez

E a sua acidez prejudicar o solo

Vi o agrotóxico multiplicar-se

E a alface crescer de forma nímia

Vi a fruta cariar

E nem para adubo servir

Vi o povo amiúde e nada fazer para tudo renascer

E assim,

Vi a natureza perecer

E o homem com ela morrer.

 

 

 

 

 

Um breve texto poético de Anne Frank:

“Todos temos dentro de nós próprios uma Boa Nova!

A Boa Nova é que não sabemos realmente

quão grandes podemos ser,

o muito que podemos amar,

o muito que podemos alcançar,

e a imensa riqueza do nosso potencial.

Uma Boa Nova como esta não pode ser melhor!”

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