Neste blog são apresentados conteúdos literários. Para qualquer assunto podem contactar o autor via ruiprcar@gmail.com. Aceitam-se contributos de outros autores, de 4 a 24 de cada mês, relativos ao tema Natureza ou Universo :-)
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Hoje apresenta-se uma foto inspiradora, para todas as pessoas que desejam escrever um poema sobre a natureza.
Atualmente existe uma Conferência Climática, a COP30, que se realiza em Belém, no Brasil, de 10 a 21 de Novembro, que promete trazer algo de novo: uma aposta na gestão sustentável da Floresta Amazónica. À partida são possíveis duas observações sobre o objetivo maior deste evento: (i) a dimensão da Floresta Amazónica torna o desafio algo quase utópico; e (ii) mesmo em pequena escala, o que se propõem seria já um enorme sucesso, pois em todo o mundo não parece existir, neste momento, o conhecimento necessário para alcançar algo aparentemente inconciliável com alguns padrões de consumo. Ficam aqui duas ligações para mais informação sobre este evento.
Pare recordar os Concursos Literários, hoje fica uma quadra de António Aleixo, uma dedicatória que mostra a sua humildade; a de quem tenta escrever e mostrar algo de si.
P´la gratidão que me inspira, Este meu Auto lhe of’reço, Já que sei que me admira Muito mais do que mereço.
Recentemente, começou a ser visível um fenómeno estelar que corresponde à chegada à atmosfera terrestre de meteoros oriónidas (ou oriônidas), os quais são visíveis sensivelmente entre 4 de Outubro e inícios de Novembro.
A seguinte publicação apresenta algumas fotos muito interessantes, retratando a beleza desta ocorrência: https://sapo.pt/artigo/orionidas-eis-as-melhores-fotografias-da-chuva-de-meteoros-desta-noite-68f8abdbe810181be8eebf64
Para assinalar este facto, aqui partilhamos o poema “Uma pequenina luz” de Jorge de Sena por aludir, quase impercetivelmente, à esperança que deve existir sempre nas nossas vidas.
UMA PEQUENINA LUZ, Jorge de Sena - Catarina Guerreiro
Os poemas seguintes surgem no contexto do Concurso Literário Natureza 2025 e trazem um pouco de “ar fresco” sobre a forma como olhamos a natureza, ou pensamos nela.
Soneto da Defesa da Mãe Natureza, por Mar Ciano
Com ela, a Mãe, não têm Destreza Que ódio para com quem cuida da Terra O grande diz: sou o dono, só que erra Quem planta, assim, cuida mãe natureza
Quem respeita a Bela Mãe de pureza?
Enquanto o mundo estiver em guerra Na sua ruindade o ponto encerra. Estarei, aqui, chorando na tristeza
Espera-se os belos pequis do norte Ainda estejam todos em floração Assim que todos nós partirmos
O mundo estará em oração O nosso bioma, um dia, decidirmos Defender dos que nos almejam a morte.
Borboletra, por Liliane N.
Largar ta no em ti n’erário da borboleta.
Não é alter nativa, e sim uma Oriente ação.
Vou ar Fogo Terra Água
E ter Força para, ao cansar, seguir
Cá Sã -ando.
O corpo é casulo na natureza da vida.
Nesta mesma vida, sem uma outra ex-pressão, borbo letramos.
O poema seguinte vem de Angola e ajuda-nos a recordar que está a decorrer o Concurso Literário Natureza África. Mais informações aqui:
O Coração Triste de um Jovem Sonhador, por Kemba Ntando
Numa cidade de muros cinzentos, caminhava um jovem com passos leves, como quem carrega dentro do peito um peso que o mundo não vê.
Chamavam-no de sonhador, não porque alcançava estrelas, mas porque, mesmo ferido, insistia em erguer os olhos para o céu.
O seu coração, triste como um outono sem cores, guardava segredos de perdas e silêncios. Ali, entre as rachaduras da alma, floresciam lembranças como ervas daninhas: o riso que partira cedo, a mão que já não o amparava, os dias em que foi invisível.
E, ainda assim, havia nele um rumor de esperança — um pássaro ferido que não sabe voar, mas canta, mesmo de asa quebrada.
Os que passavam riam dele, chamavam-no fraco, inútil, diziam que sonhar era desperdício num mundo feito de pedra. Mas ele respondia apenas com silêncio, porque sabia: as pedras também se desgastam, e os sonhos, não.
À noite, deitava-se sob um céu de enigmas, contando estrelas como quem conta cicatrizes. Cada estrela era um desejo não realizado, cada cicatriz, uma história que o moldara. E no centro da escuridão, ele imaginava uma voz — talvez divina, talvez apenas sua — sussurrando: “Continua.”
No coração triste do jovem sonhador não havia grandiosidade, apenas resistência. Resistência de quem perdeu, mas não se rendeu. De quem chorou, mas ainda escreve versos com as próprias lágrimas.
Um dia, talvez o mundo perceba que ele não sonhava por vaidade, mas por necessidade: porque sem sonho, o coração já teria parado.
E se há algo que nunca lhe roubaram, foi essa chama invisível, esse fogo quieto que arde no fundo dos olhos, e que, mesmo triste, faz de um jovem comum um eterno construtor de impossíveis.
Seguidamente, apresentamos dois projetos sociais com causas muito distintas, que se expressam através da arte.
O primeiro projeto, nas Caldas da Rainha, lembra que nunca devemos desistir.
Artistas Pintores com a Boca e o Pé https://apbp-portugal.pt/
O segundo projeto também é um exemplo de perseverança, mas tem uma forma diferente de se expressar. Está apenas disponível em Lisboa até finais de Dezembro de 2025. Mais informação aqui:
A sugestão ecológica que aqui deixamos hoje é a reutilização…
Aquele saco de plástico que vai deitar fora, pode ser ainda uma proteção de uma planta quando o mau tempo surge. Aquele livro que já não lhe interessa pode ainda ser utilizado por outra pessoa e ajudar a trazer algo de novo à sua vida, o que não sucederia se simplesmente o deitasse num qualquer caixote do lixo. São muitas as possibilidades de reutilização e cada um de nós poderá encontrar uma situação em que esta seja possível.
Alguns eventos literários: (i) Festival Internacional de Poesia do Porto (https://www.flipp.pt) (ii) Salão do Livro na Suíça (18-22 Março 2026) www.institut-cultive.com (iii) Feira do Livro de Paço de Arcos de 7 de Novembro (6ª feira) a 15 de Novembro (Sábado). No Mercado de Paço de Arcos, o qual fecha ao Domingo e 2ª feira.